precariedade

Traficantes afastam assistentes sociais de tendas para pessoas em situação de rua em SP

Centros de acolhida estão em situação precária. Prefeito Fernando Haddad deve propor plano de trabalho conjunto para governador Geraldo Alckmin ainda nesta segunda (9)

Moacyr Lopes Junior/Folhapress

Usuários de droga e pessoas em situação de rua estariam se reagrupando na Luz (foto) e Parque D. Pedro II

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou hoje (9) que a presença de traficantes no centro de acolhimento para pessoas em situação de rua montado no Parque D. Pedro II, no centro, afastou assistentes sociais e profissionais de saúde. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de sábado (7) mostrou que o local estava abandonado, com fezes espalhadas e favelização do entorno e praticamente sem atendimento de qualquer serviço público.

Haddad explicou que as pessoas que estavam vivendo em barracas na Praça da Sé foram levadas para o local de atendimento, mas que “infelizmente” outras “tomaram” o local. Muitos deles, com problemas relacionados a drogadição.

“Houve interferência do tráfico, houve interferência de agentes externos que tomaram o local e os assistentes sociais e o pessoal de saúde que estava apresentando um trabalho de atuação ali acabou se recolhendo em função de falta de ambiente de segurança”, afirmou o prefeito.

Haddad disse que iria se reunir nesta tarde com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para apresentar um plano de trabalho conjunto de atuação no local e na Luz, região que há quase dois anos foi alvo da operação Sufoco ou Dor e Sofrimento, cujo objetivo era coibir o uso de crack, mas que acabou provocando as chamadas procissões de zumbis, em função da perseguição da polícia aos dependentes.

Segundo o prefeito, houve uma reconcentração de pessoas nos dois locais e será preciso uma atividade conjunta envolvendo múltiplos órgãos para resolver a situação. O prefeito não deu detalhes, mas a polícia deve ser envolvida, já que a segurança é um dos principais empecilhos do desenvolvimento da política de assistência social. “Sem o apoio do governo do estado, os funcionários públicos e a própria Guarda Civil não se sente segura para fazer o seu trabalho”, disse.

Caso a proposta seja aceita pelo governador e sua equipe, ainda neste ano deve haver uma atividade conjunta entre várias secretarias dos dois níveis de governo.

Haddad defendeu que desde o início do ano praticamente todas as praças do centro que estavam ocupadas por pessoas em situação de rua foram retomadas, a maioria delas teria sido levada para a Avenida Zaki Narchi, na zona norte, onde cerca de 500 pessoas estão alojadas. O prefeito disse acreditar que a atuação do poder público na Luz e no Parque Dom Pedro II devem “pacificar a cidade”. “As demais praças da cidade, sobretudo no centro, já estão em uma situação muito melhor do que estavam seis, oito meses atrás.”

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