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Incêndio deixa 280 desabrigados em Paraisópolis, zona sul de SP

Fogo consumiu cerca de 175 barracos durante a madrugada

©mario angelo/sigmapress/folhapress

Incêndio foi controlado no início da manhã

São Paulo – Um balanço inicial feito pela Defesa Civil estimou que 280 famílias podem ter ficado desabrigadas noincêndio que consumiucasas na comunidade de Paraisópolis, zona sul da capital paulista. No total, cerca de 175 casas, com dois ou três andares, foram atingidas. A Defesa Civil vai fazer uma avaliação das casas ao redor para avaliar se precisarão ser interditadas.

O incêndio começou por volta das 4h e, duas horas e meia depois, o fogo já estava controlado. Por volta das 9h, os desabrigados ainda aglomeravam-se em frente às casas queimadas. Assistentes sociais da Prefeitura começaram a cadastrar essas pessoas, para que possam receber assistência.

O major do Corpo de Bombeiros Roberto Lago informou que o incêndio não deixou vítimas, mas o trabalho de buscas por possíveis desaparecidos continua. “Precisa de muita cautela. Ninguém informou dar falta de alguém, mas a gente sempre faz uma busca minuciosa”, disse ele.

Segundo Lago, houve dificuldade no início do combate ao incêndio. “A inclinação do terreno é muito desfavorável, o acesso aqui é muito difícil, porque tem muito lixo na rua, muito carro abandonado. Os nossos caminhões são grandes e para passar com eles aqui não foi fácil”, disse. O major informou também que ainda é difícil determinar a causa do fogo.

Filas

As famílias que perderam suas casas formam filas, mesmo sob forte chuva, para fazer o cadastramento no posto que a Secretaria de Assistência Social montado no local. De acordo com o coronel José Koki Kato, da Defesa Civil, inicialmente as pessoas poderão ficar num abrigo próximo à comunidade.

Ednaldo Lopes da Silva, 39 anos, pedreiro, está entre os desabrigados. Pai de cinco filhos, ele conta que não conseguiu salvar nem os seus documentos. “Acordei com a quentura e os estalos, começou a pipocar. Foi uma correria danada com as crianças”, contou.

Outra moradora que acordou assustada foi Daiane Bezerra Cavalcante, 17 anos, dona de casa. Ela tem um filho de 1 ano e 6 meses e morava há um ano e meio na comunidade com o marido. A casa de Daiane era um barraco de madeira e ela contou que pagava R$ 150 de aluguel. “A gente estava dormindo. A gente acordou com muita gritaria. Quando saímos estava pegando fogo. Só deu tempo de a gente correr, porque o fogo já estava muito avançado”. Daiane conseguiu salvar os documentos e uma televisão.

Lucas da Silva Domingues, 19 anos, desempregado, morava com a esposa e a filha de 1 ano e 9 meses. Ele foi acordado pela vizinha. “Nós acordamos assustados, já tirando as coisas de dentro da casa, pegamos roupas e móveis. Foi a maior adrenalina. Subi para quebrar os canos para a água cair, mas não adiantou nada”, disse ele.

Pedro Raimundo de Campos Junior, 24 anos, ajudante, também acordou com a gritaria. “Estava dormindo e a vizinhança começou a gritar, falou que estava pegando fogo, que era para a gente sair. Quando abrimos a porta já estava tudo pegando fogo, e fomos tirar o que deu: algumas roupas. O resto perdemos. Perdemos geladeira, fogão, micro-ondas, queimou tudo”, disse.

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