Esporte

Fim de contrato provoca paralisação parcial de clubes em São Paulo em plenas férias

Secretário de Esportes da gestão Haddad diz que suspensão é temporária e 'normal'. Usuários e professores protestam por manutenção de aulas em clubes e centros esportivos municipais

Mario Angelo/Sigmapress/Folhapress

Contratos irão terminar no dia 20. CDCs devem ser mais atingidos. Em 50 deles há atividades do Clube Escola

São Paulo – Justamente durante o período de férias, crianças, jovens, adultos e idosos devem sofrer com a redução das atividades física em centros esportivos e clubes da comunidade (CDCs) municipais de São Paulo. Os contratos firmados com organizações não governamentais que prestam serviços nesses locais por meio do programa Clube Escola se encerrarão no próximo dia 20 e, até o momento, apenas as chamadas públicas para lutas e artes marciais já foram lançadas. Outras atividades, como judô, polo aquático, tênis e futebol devem ficar paralisadas até que tudo seja normalizado, entre fevereiro e março, a menos que voluntários assumam o serviço.

O temor do fim das atividades motivou um protesto de usuários e professores de CDCs da zona sul na frente da sede da prefeitura, no centro da capital, no início da tarde de hoje (9). Os CDCs devem ser mais afetados do que os centros esportivos porque praticamente não têm funcionários públicos: apenas voluntários e atividades desenvolvidas por ONGs. Atualmente, 50 CDCs oferecem atividades pelo Clube Escola.

“Antes de eu ir fazer atividade lá, eu estava quase ‘entrevada’. Então não pode acabar esse beneficio para a gente”, disse a aposentada Maria Nunes, de 63 anos, que frequenta o CDC Vila Missionária, segurando um cartaz com os dizeres “Esporte é saúde”.

“Eles querem acabar com o Clube Escola”, afirmou Valdir Batista, presidente do CDC Niterói, no bairro Cidade Ademar. “A gente vai se informar na secretaria e eles dizem que é para a gente segurar a bola, trabalhar voluntariamente para a molecada não ficar na rua. Mas não tem como a gente trabalhar de graça”, explica.

No Niterói, por exemplo, os três funcionários responsáveis pelas aulas de caminhada para idosos e crianças e futebol masculino já teriam sido comunicados da não continuidade das aulas. Com isso, a única atividade que está garantida para janeiro é a capoeira, mantida com recursos provenientes da locação de uma quadra para times de várzea.

O secretário municipal de Esportes, Lazer e Recreação, Celso Jatene, afirmou que não há risco de o programa acabar e que ele deve ser expandido no próximo ano, quando mais 50 CDCs devem receber atividades através do Clube Escola. Ele classificou como “normal” a suspensão temporária das atividades. “É melhor ficar um tempo sem ter do que ter sem contrato, como aconteceu”, afirmou.

A cidade conta com 45 centros esportivos municipais e 284 clubes da comunidade abertos ao público. Nos centros esportivos, são atendidas 27.100 pessoas e nos CDCs, 8.900, segundo a Secretaria de Esportes.

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