Repressão

Cerimônia vai cobrar identificação de ossadas encontradas em vala clandestina

Diversas entidades promovem amanhã, no Cemitério do Araçá, em São Paulo, ato em memória de mortos e desaparecidos políticos da ditadura

Marcelo Soares/Folhapress

As ossadas foram encontradas em 1990 no cemitério, que serviu para tentar ocultar crimes da ditadura

São Paulo – Diversas entidades vão promover amanhã (2), Dia de Finados, um ato em memória de mortos e desaparecidos políticos da ditadura (1964-1985). Será também uma atividade de protesto pela falta de identificação das ossadas encontradas em vala clandestina no Cemitério Dom Bosco, em Perus, zona norte da capital paulista, durante a gestão da prefeita Luiza Erundina. O local foi descoberto em 1990, com 1.049 ossadas de adultos, transferidas posteriormente para o Cemitério do Araçá, onde será realizado o ato, a partir das 10h30.

No ano passado, relatório feito por especialistas argentinos informou que as ossadas se encontravam em estado “bastante deteriorado”. Sete desaparecidos foram identificados, incluindo Antonio Carlos Bicalho Lana e Sônia Maria de Moraes Jones, da Ação Libertadora Nacional (ALN), assassinados em 1973 e enterrados como indigentes.

Em maio deste ano, durante audiência na Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo, a procuradora da República Eugênia Augusta Gonzaga disse ver descaso do governo federal em relação à identificação das ossadas.

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