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Ato por transporte público em São Paulo tem depredação e prisões

Passe Livre faz mobilização para pedir tarifa zero em ônibus, trens e metrô. Para militante, fato de prefeitura e governo estadual não terem mexido em lucro das empresas revela falta de disposição

Marlene Bergamo/Folhapress

Manifestantes encapuzados quebraram vidraças e caixas eletrônicos no terminal Parque Dom Pedro

São Paulo – O ato encabeçado pelo Movimento Passe Livre no centro de São Paulo para fechar a Semana Nacional de Luta pelo Transporte Público acabou em depredação e prisões. No terminal Parque Dom Pedro houve quebra de caixas eletrônicos e de vidraças por black blocs, e um ônibus foi incendiado.

A marcha já havia percorrido várias ruas da região central da cidade e estava dada por encerrada pelos integrantes do MPL quando teve início um tumulto que foi reprimido pela Polícia Militar. Até o momento a PM não sabe confirmar o número de detidos e para onde estão sendo levados.

Durante a manifestação, a principal cobrança era a tarifa zero, bandeira central do MPL, que realiza esta semana de mobilização desde 2005. A edição de 2013, porém, é especial para os integrantes do movimento por ecoar as reivindicações apresentadas durante as manifestações de junho, que começaram por uma cobrança contra o aumento das tarifas de transporte público no Rio de Janeiro e em São Paulo e acabaram por ganhar apoio em outras partes do país, dando início a uma série de mobilizações por motivações variadas.

“Teve vários avanços no sentido de discutir, mas todas as iniciativas tomadas pela prefeitura e pelo governo estadual não foram efetivas porque não mexeram com o lucro das empresas”, argumenta o integrante do MPL Marcelo Hotimsky, reiterando a visão do movimento de que a redução do valor da passagem de ônibus é uma questão de prioridades políticas, e não de um problema técnico.

Ele recordou que em junho o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), chegaram a argumentar que não havia condições financeiras de não subir o valor da passagem de R$ 3 para R$ 3,20, para voltarem atrás dias mais tarde, frente ao crescimento das manifestações e da escalada de violência policial e de parte dos participantes dos atos.

Ao defender a importância de realizar uma nova semana de mobilização, o MPL argumenta que está em curso um processo de criminalização de mobilizações sociais, intensificado após as manifestações de junho, e que há uma série de reivindicações importantes apresentadas por diferentes setores da sociedade. O mote “20 centavos foi só o começo. Agora só faltam os R$ 3” foi escolhido pelo movimento para simbolizar a manutenção da cobrança pela tarifa zero no transporte público da cidade de São Paulo.

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