dia das crianças

Para ativista, crianças são influenciadas negativamente por pesquisas de consumo

Movimento estimula troca de brinquedos e alerta que meninas e meninos parecem refletir o pensamento dos pais de que consumo é igual a felicidade, com frustração quando não se consegue comprar algo

José Cruz/ABr

‘Infância Livre de Consumismo’: feiras de trocas de brinquedos são a melhor alternativa para o Dia das Crianças

São Paulo – A cofundadora do movimento Infância Livre de Consumismo, Ana Cláudia Bessa, aproveita o Dia das Crianças para alertar que as pesquisas de mercado são estratégias para aumentar os níveis de consumo. Pesquisa do Ibope divulgada esta semana mostrou que os gastos dos brasileiros com brinquedos aumentarão 14% com relação a 2011. Segundo o estudo, os gastos chegarão a R$ 6,02 bilhões até o final do ano.

“Através da publicidade, as empresas se aproveitam do pouco tempo de convívio familiar para tentar compensar a culpa que os pais sentem e a carência dos filhos com presentes”, afirma Ana Cláudia Bessa. O movimento reforça a importância de incentivar pais e filhos a não pautarem a felicidade pelo consumo, principalmente em datas como esta. Uma alternativa à compra seria a promoção de feiras de troca de brinquedos.

Além de barrarem o consumismo, as feiras de troca também incentivam a sociabilidade em espaços públicos. Bessa explica, em entrevista à Rádio Brasil Atual, que as crianças conhecerão outros colegas e também serão incentivadas a se desapegarem dos produtos que já têm. “A criança vai passar o brinquedo que não usa mais para frente e vai receber um outro brinquedo de outra criança que teve o mesmo sentimento que ela. Elas irão reutilizar, e não comprar.”

Bessa acredita que as crianças se espelhem no comportamento de pais e adultos com quem convivem. “Nós vemos hoje os adultos pautando sua vida pelo que possuem. Quando não possuem algo, se sentem mais fracassados e inferiores. Nós estamos passando isso para as crianças.”

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) é o órgão responsável por fiscalizar a publicidade infantil, uma das principais estratégias para aumentar o consumismo entre crianças. “O mercado da publicidade é regulado pelo Conar, só que ele é um órgão formado por publicitários. O governo precisa se responsabilizar por isso”, reforça a cofundadora do movimento.

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