Liberdade na internet

Para Julian Assange, Dilma tinha obrigação de cancelar a visita a Obama

O fundador do Wikileaks participou de seminário, em São Paulo, por meio de videoconferência

São Paulo – Para o fundador do Wikileaks, site de vazamento de informações oficiais secretas, o Brasil deve responder de forma dura à espionagem americana. Ele conversou com brasileiros durante uma videoconferência no seminário Liberdade, Privacidade, e Futuro da Internet, ontem (18), no Centro Cultural São Paulo, na zona Sul de São Paulo.

“Dilma tinha o dever, obrigação de cancelar a visita. Não o fez no primeiro momento, mas percebeu que o povo brasileiro e pessoas chave do governo não tolerariam a ausência de reação. A presidente tem obrigação de proteger o povo brasileiro”, afirmou Assange.

O seminário levantou discussões sobre os recentes casos de espionagem na internet, surgidos da denúncia feita por EdwardSnowden, da Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana. A agência intercepta arquivos e informações de governos, empresas e cidadãos pela internet.

O evento foi promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e pela Boitempo Editorial. O secretaria municipal de Cultura, Juca Ferreira, também presente no seminário, avaliou que a presidente Dilma Rousseff deveria reavaliar o pedido de asilo a Edward Snowden.

“Se a presidente aceita e reavalia a possibilidade de asilo ao Snowden no Brasil – e eu entendo a má vontade e desconforto dos Estados Unidos com essa pessoa, mas para história da humanidade ele vai estar muito mais próximo das imagens do heróis e dos que contribuíram para cidadania planetária, para a liberdade, para as relações qualificadas do que para pessoas que merecem perseguição”, afirmou.

No seminário, Assange fez o lançamento de seu primeiro livro, Cypherpunks: Liberdade e o Futuro da internet, pela Boitempo Editorial.

Ouça aqui a reportagem de Cláudia Manzzano.

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