São Paulo

Haddad determina retirada de barracas de camping de moradores de rua

Uso de equipamento se multiplicou nos últimos meses em praças públicas; segundo o prefeito, retirada será feita 'com muito jeito'

Marcelo Camargo/ABr

O Plano de Metas da prefeitura prevê a criação de 2.000 moradias para a população de rua

São Paulo – O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou hoje (23) que a prefeitura de São Paulo, “com muito jeito”, iniciou um processo de recolhimento das barracas de camping montadas por moradores de rua em praças públicas da cidade. Os abrigos se multiplicaram nos últimos meses, segundo o prefeito, devido à atuação de uma entidade que começou a distribuí-los a grupos de moradores.

“Nem vou mencionar a entidade porque as pessoas estavam querendo fazer o bem, mas se nós admitirmos a instalação de equipamentos mais permanentes nas praças públicas, você não reverte a situação”, justificou ele, após cerimônia de entrega de 180 novas viaturas à Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Com muito jeito, isso reverteu no Parque Dom Pedro, na Praça Ramos, na Praça do Patriarca, na Nove de Julho. Na Praça da Sé, ainda não, mas lá é um problema de outra natureza, não é morador de rua típico, há dependentes químicos.”

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, a ação de retirada das barracas é de responsabilidade de cada subprefeitura, que aciona a GCM quando observa aglomeração dos abrigos em determinado ponto. A presença de barracas nas ruas é proibida pela Lei Municipal de Uso e Ocupação do Solo.

Desde o começo do ano, com a mudança de gestão, a Guarda Civil Metropolitana teve protocolo, estabelecido pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana, de novo tratamento a moradores de rua e a dependentes químicos, mais humanizado e mais aberto ao diálogo, segundo o secretário responsável pela pasta, Roberto Porto. Porém, ele afirma que a presença das barracas não pode ser permitida.

“Na verdade, durante o dia não há como ter barraca instalada, é um processo que tem que ser em conjunto com os moradores, temos de deixar claro que eles têm direito de ficar na rua, garantido constitucionalmente, mas não podem impedir a passagem de pessoas. Estamos tentando conscientizar associações para que parem de entregar barracas, a intenção é a melhor, mas tem causado problema para a cidade e tem causado problema na vida dessas populações de rua, que têm de se desfazer de algo que lhes foi dado. É uma solução que não se chega do dia para a noite”, afirmou.

O Plano de Metas da prefeitura prevê a criação de duas mil moradias para a população de rua, dentro das 55 mil unidades habitacionais prometidas. Em São Paulo, a prefeitura estima que existam 15 mil pessoas em situação de rua, e há 9 mil vagas nos 63 abrigos espalhados pela cidade.

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