Vida Urbana

Poluição e transporte precarizam vida em São Paulo, apontam especialistas

Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que, por ano, cerca de 4 mil pessoas morrem em decorrência da poluição

Marcelo Camargo/ABr

Índice de motorização na cidade é muito alto, apontam especialistas

São Paulo – Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que, por ano, cerca de 1 milhão e 300 mil pessoas morrem no mundo inteiro por causa da poluição urbana. Só em São Paulo, morrem 4 mil anualmente. Idosos, crianças, gestantes, e portadores de doenças respiratórias cardíacas crônicas, principalmente os mais pobres, que têm níveis mais altos de exposição, são os mais atingidos.

O especialista em poluição atmosférica e professor da Faculdade de Medicina da USP, Paulo Saldiva, ressalta que os efeitos da poluição são iguais aos do cigarro, mas em outra escala. “Tudo o que está escrito no maço de cigarro, como câncer de pulmão, câncer de bexiga, prematuridade, abortamento, doenças respiratórias, tudo isso a poluição faz, felizmente numa escala menor que o cigarro, para o indivíduo. Em São Paulo há 20% de fumantes, enquanto há 100% de pessoas expostas a poluição, é um risco menor, mas do qual não se consegue escapar”, disse à Rádio Brasil Atual. O transporte de má qualidade traz outras consequências, explica ele. “Sedentarismos, pois ficamos muito tempo sentados, há o risco de osteoporose.”

O mestre em transportes e professor da Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp, Creso de Franco Peixoto, explica que o índice de motorização na cidade é caótico. “Em São Paulo há uma média de 1,5 habitante por veículo rodoviário, para uma média nacional de 3,5 habitantes. É fácil imaginar problemas rodoviários advindos disso e a falta de transporte público de qualidade.”

Ouça aqui a reportagem de Vera Rodrigues.