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São Paulo registra aumento nas taxas de criminalidade no primeiro semestre

Ainda assim, a Secretaria de Segurança Pública vê os números como favoráveis em função da redução do número de homicídios dolosos no mês de junho

Zanone Fraissat/Folhapress

Foram 2.236 homicídios dolosos no primeiro semestre, segundo as estatísticas da SSP

São Paulo – Dos 20 indicadores criminais pesquisados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, 13 apresentaram piora na comparação do primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2012. Homicídios dolosos, por exemplo, passaram de 2.185 para 2.236. Ao todo, houve 708.927 registros de crimes contra 701.882 anteriores. Os números foram divulgados hoje (25) pelo secretário Fernando Grella Vieira.

O levantamento também revelou no semestre aumento das vítimas fatais de homicídios dolosos de 2.311 para 2.383; tentativas de homicídio, de 2.899 para 2.914; lesões corporais, de 2.305 para 2.503; estupros, de 6.215 para 6.529; tráfico de entorpecentes, de 20.546 para 23.551; roubos, de 122.851 para 124.497; roubos de veículos, de 44.944 para 46.626; roubos a banco, de 99 para 119; furtos, de 268.884 para 277.007, furtos de veículos, de 54.646 para 57.136, e latrocínios, de 178 para 203.

Houve redução de ocorrências nos seguintes itens: homicídios dolosos por acidente de trânsito, vítimas de homicídios dolosos e culposos em acidente de trânsito, homicídio culposo (outros), lesão corporal dolosa, lesão corporal culposa por acidente de trânsito e roubos de carga.

Já no comparativo de junho passado com o mesmo mês de 2012, houve queda no número de homicídios, de 396 para 355 ocorrências. No entanto, as vítimas de homicídios dolosos no trânsito subiram de seis para 16. Lesões corporais, tráfico de entorpecentes, latrocínios, roubo de veículos e a bancos também aumentaram, além dos furtos em geral e os de veículos.

Segundo o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, o latrocínio é o tipo de crime que mais preocupa o governo. “A polícia tem uma taxa de esclarecimento da ordem de 40% na capital. Esse número não teve aumento este mês. Temos que continuar trabalhando intensamente, aumentando o número de apreensões de armas e prisões. Com isso, estaremos trabalhando para essa redução”, afirmou, durante entrevista coletiva na sede da secretaria, no centro da capital paulista.

Ainda assim, Grella comemorou o que chamou de tendência de queda dos homicídios: “Esse é um momento também em que os números se mostram favoráveis, segundo as estatísticas. Estamos, pelo terceiro mês consecutivo, tendo uma queda dos homicídios da ordem de 10,35% em junho na comparação com o mesmo período do ano passado. Em junho também houve significativa redução em todo estado dos números de estupro (de 1.093 para 1.024). Na capital, também tivemos redução dos homicídios na ordem de 12,63% (de 122 para 107)”.

Questionado pela imprensa se essa comparação não poderia estar distorcida, já que 2.897 pessoas foram mortas no segundo semestre do ano passado em uma onda de violência com indícios de participação de policiais em vários dos crimes, Grella defendeu as “boas taxas de homicídio do estado”.

“Nós temos essa tendência de queda. Se pegarmos São Paulo, temos taxas de homicídios muito favoráveis, aliás, as melhores do Brasil. Então, a sensação de segurança que nós temos em São Paulo não é condizente se comparado com outros estados. O fato de termos tido aquele pico de violência no segundo semestre, evidentemente, não inibe em nada que não se trabalhe intensamente para reduzir esses indicadores”, disse.

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