Contra a criminalização

Marcha do Funk em SP pede paz e protesta contra morte de MC Daleste

Entre as reivindicações estão a regulamentação dos shows de funk, o combate à criminalização da juventude na periferia e o reconhecimento cultural do gêneros musical

TVT/reprodução

Assassinato de MC Daleste provocou manifestação contra criminalização do funk e da juventude da periferia em São Paulo

São Paulo – Foi realizada ontem (16) em São Paulo a Marcha do Funk pela Paz, um encontro que reivindicou  às autoridades maior atenção nos casos de violência contra rappers e funkeiros. O caso mais recente é de MC Daleste, que morreu quando fazia um show em Campinas, interior de São Paulo, no último dia 6. Entre 2010 e 2012 foram registrados cinco assassinatos de MCs apenas na Baixada Santista.

“A gente precisa que o governo municipal, estadual e federal enxerguem que isso aqui é a juventude e o movimento funk. Pela primeira vez o movimento funk vai para as ruas de São Paulo. A nossa reivindicação neste momento é paz, justiça. Cinco MCs foram assassinados e não tem ninguém na cadeia”, afirmou o presidente da Liga do Funk, Marcelo Galatico, à TVT.

A principal reivindicação da Marcha é que as autoridades municipais de todo o país recebam e aprovem o projeto Território Funk, que pretende regulamentar os shows de funk na periferia. Os manifestantes saíram do Anhangabaú, passaram em frente à Prefeitura de São Paulo e em seguida caminharam até o prédio da Secretaria da Segurança Pública, onde sentaram-se no chão e fizeram um minuto de silêncio em homenagem a Daleste.

“O funk mobiliza na cidade de São Paulo, por semana, no mínimo um milhão de jovens nas periferias da cidade. A gente precisa mostrar nossa cara, esse juventude necessita do apoio da força do Estado para se organizar e para conviverem com cidadania plena”, afirmou outro integrante do movimento.

Os integrantes da manifestação pediram também reconhecimento cultural do funk e do rap, e o fim da marginalização da juventude da periferia. “Temos convivido com situação de marginalização muito forte, com criminalização do funk, e essa expressão cultural da juventude periférica não pode ficar criminalizada. Não queremos ninguém morrendo, ou sendo agredido, queremos viver com paz e alegria”, afirmou o funkeiro.

Assista aqui à reportagem da TVT.