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Haddad diz que vai rediscutir lucro dos empresários de transportes

Atualmente, lucro médio no setor fica entre 13% e 14% quando se leva em consideração o investimento realizado pelo setor privado. Prefeito promete esforço para tornar planilhas inteligíveis

Fábio Arantes/SECOM

Prefeito também garantiu que planilhas “traduzidas” para leigos serão encaminhadas para membros da CPI na Câmara

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou hoje (15), durante visita à favela de Paraisópolis, na zona sul, que irá discutir com a sociedade o lucro dos empresários do transporte público que atuam na cidade. Segundo o prefeito, a taxa de retorno, que gira em torno de 13%, 14%, estabelecida em 2004, não corresponde mais à realidade. “No inicio do contrato, a taxa de juros do governo Fernando Henrique era superior a 20%, chegava a 40%. Depois, no governo Lula, essa taxa diminuiu muito. Então nós não podemos ter a mesma remuneração do passado, quando as taxas de juros eram muito maiores”, disse. Quando se leva em consideração apenas o volume arrecadado pelas empresas, o lucro fica em torno de 7%.

Atendendo aos clamores por maior transparência na gestão do sistema de ônibus e lotações, Haddad cancelou o edital de licitação para novos contratos que iriam vigorar por 15 anos e publicou tabelas mais completas com dados sobre os valores repassados ao setor. Ainda assim, houve críticas de que as planilhas não eram claras. O prefeito garantiu que há um esforço para traduzir os números e encaminhá-los para os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada da Câmara de Vereadores e para o Conselho Municipal de Transportes, que está em fase de instalação. “São números difíceis de compreender. O leigo tem muita dificuldade de entender planilha”, admite.

“Tanto no Legislativo quanto no Executivo nós vamos esmiuçar detalhadamente todos os números. Até porque precisamos ter força junto ao empresariado para exigir melhor qualidade e menos cobrança por parte dele. Para isso precisamos da força da sociedade para ter clareza com os empresários, que nós respeitamos. Mas queremos transparência na nossa relação com o setor privado”, afirmou.

Habitação

Durante a visita, o prefeito também reiterou a meta de construir 55 mil moradias na cidade até 2016. “Já temos 17 mil (casas) em execução e, até o fim de julho, vamos doar mais terrenos para a Caixa para 3 mil novas unidades. Vamos totalizar, então, novas 20 mil em execução neste mês”, afirmou o prefeito.

Desde a madrugada, cerca de 300 pessoas de movimentos sociais por moradia estão acampadas em frente ao prédio do Executivo municipal, no Viaduto do Chá, na região central. “Tenho reuniões frequentes com movimentos por moradia. Semana passada estive reunido com 10 lideranças de movimentos e esse grupo, em particular, não estava representado. Mas estou aberto a me reunir sempre que precisar para explicar que não vou poder destinar 55 mil moradias só para entidades organizadas”, disse Haddad.

“Não há semana que eu não assine decreto de utilidade pública ou que não ingresse com ação de desapropriação para ter os terrenos necessários para o Minha Casa, Minha Vida”, afirmou o prefeito.

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