São Paulo – O papa Francisco esteve ontem (25) na Favela de Varginha, no Rio de Janeiro, e em discurso afirmou que não basta que o poder público faça pacificação nas comunidades, mas sim que as demandas sociais sejam atendidas. “Em sua visita à Favela de Varginha o papa Francisco mostrou que a fé cristã não pode estar divorciada das exigências sociais do evangelho. Não basta fazer pacificação, assim como ele afirmou, sem que se procure combater a desigualdade social no mundo”, disse Frei Betto, em sua coluna na Rádio Brasil Atual.

Segundo o colunista, o discurso do papa é uma crítica implícita àqueles que levam vida distanciada dos “pobres e oprimidos”. “Ele falou daqueles que se satisfazem com show-missas e ficam só no ‘aleluia’ de olhos no céu e de costas para a terra. Francisco enfatizou a importância de todo cristão participar de um mundo mais justo, mais livre e pacífico, e não ficar ligado só à fé em Deus sem se ligar no amor ao próximo, o que implica compromisso com a situação de exclusão, de marginalização e opressão”, afirmou.

Frei Betto voltou a criticar o governo do Rio de Janeiro pela falta de preparo no recebimento do papa. “É lamentável, porque o Campo da Fé que estava sendo preparado há mais de um mês em Guaratiba, na área rural do Rio, com a chuva ficou inteiramente enlameado, o que fez com que os jovens fossem transferidos para Copacabana. O que demonstra incompetência dos governos que não cuidaram para fazer saneamento nessa área rural”, afirmou.

A vigília, que ocorreriaamanhã (27), e a missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, com a presença do papa Francisco, no domingo (28), no Campo da Fé, também foram transferidas para a Praia de Copacabana, na zona sul, devido ao mau tempo.

Ouça aqui o comentário de Frei Betto na Rádio Brasil Atual.