Inclusão

‘Bolsa Família continuará enquanto os brasileiros precisarem’, garante Dilma

Presidenta disse que só há dois caminhos para mudar a vida: acesso à educação para as crianças e emprego para os adultos

roberto stuckert filho/pr

Presidenta participou da formatura de alunos do Pronatec nesta quinta (18), em Fortaleza

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff garantiu na tarde de hoje (19) que, enquanto existir pobreza no Brasil, os programas de transferência de renda do governo federal seguirão oferecendo benefícios à população mais excluída. “O Bolsa Família vai continuar sendo pago enquanto houver um brasileiro e uma brasileira que precise dele. Este foi o compromisso do presidente Lula e este é meu compromisso”, garantiu. “Só quem não conhece o Bolsa Família é capaz de criticá-lo.” Dilma afirmou que para acabar com a miséria o programa é só um começo: “Para sair da pobreza, precisa de educação e emprego”.

A presidenta cumpriu agenda oficial em Fortaleza, no Ceará, onde, pela manhã, inaugurou duas estações de metrô e, depois, participou da formatura de 3 mil alunos cearenses beneficiados pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Foi então que a presidenta enfocou seu discurso na importância da educação para a inclusão social definitiva dos brasileiros. “Só há dois caminhos para mudar a vida”, argumentou. “No caso das crianças e dos jovens, o caminho é o acesso à educação. O segundo caminho, para os adultos, é o emprego.”

Em educação, Dilma ressaltou a importância do acesso das crianças às creches e à alfabetização na idade certa. “É essencial que os brasileirinhos saibam ler, fazer as operações matemáticas básicas e conseguir interpretar um texto até no máximo os oito anos”, reforçou. “Nenhum país se desenvolveu sem dar escola em tempo integral a crianças e jovens, mais acesso a universidades e cursos profissionalizantes.”

Os cursos técnicos, continuou a presidenta, também cumprem papel decisivo para qualificar os trabalhadores e possibilitar-lhes acesso a maiores salários. “Queremos cada vez mais qualificar o trabalho dos brasileiros, porque um pais só se desenvolve quando seus trabalhadores são qualificados, são especialistas. Isso aumenta o valor do produto que vocês fazem e do serviço que vocês prestam, e significa um salário melhor.”

É por isso que, de acordo com Dilma, o programa Brasil Sem Miséria, lançado em 2011, aliou o benefício financeiro do Bolsa Família a cursos de formação profissional oferecidos pelo Pronatec e aos investimentos em creches. “Em todas as prefeituras onde tem criança do Bolsa Família, o governo federal paga 50% a mais para garantir que na creche se ataque a raiz da desigualdade, que é a oportunidade diferente para as crianças pequenininhas.”

Em discurso alguns minutos antes da presidenta, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campelo, afirmou que a formatura de três mil jovens cearenses atendidos pelos programas sociais do governo são uma resposta ao preconceito daqueles que acham que a população mais excluída não quer estudar nem trabalhar. “Trabalha e trabalha muito, quer oportunidade e agarra as oportunidades que lhe são oferecidas”, criticou, lembrando que mais de 500 mil jovens e adultos de baixa renda já passaram pelo programa.

Mobilidade

Ainda na manhã de hoje, em cerimônia de inauguração das duas últimas estações da Linha Sul do Metrô de Fortaleza, Dilma disse que por muito tempo no Brasil o governo federal não investiu em mobilidade urbana. “Antes, era convencionado que isso só cabia às prefeituras e estados. Mas nós não concordamos, achamos que o transporte é um problema dos brasileiros, e portanto, também é do governo federal”, afirmou.

Segundo a presidenta, estão sendo investidos R$ 89 bilhões para programas de mobilidade urbana no Brasil, que já tem 192 obras em andamento em 100 municípios. Para Dilma, os investimentos em transporte metroviário deveriam ter sido alavancados no final da década de 1980, mas faltou “vontade política” para que fosse concluído um projeto de planejamento de metrô pelo país.

“Esta é uma cerimônia especial para todo o Brasil, sabemos que o país, na virada da década de 80 para 90 tinha de ter começado a fazer metrôs, porque tivemos urbanização muito rápida. Mas naquele momento uma das avaliações era de que metrô era coisa de rico, e que um país pobre como o Brasil não devia fazer metrôs, como se fosse possível que o país, em acelerada urbanização, pudesse prescindir deste tipo de transporte.”

Secas

A inauguração da Linha Sul de Fortaleza também foi marcada pela a assinatura da ordem de serviço da primeira etapa do projeto Cinturão das Águas do Ceará (CAC).O primeiro trecho da obra que vai expandir a oferta de água nas regiões mais secas do estado está orçado, de acordo com o Ministério da Integração Nacional, em R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 1,1 bilhão de recursos federais e os R$ 393,5 milhões restantes do governo do estado.

Com 158 quilômetros de extensão, o primeiro trecho do CAC vai levar água do reservatório Jati, no Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, para toda a região do Cariri, passando pelo rio Cariús, afluente do Jaguaribe, chegando até o açude Orós. A previsão é que a primeira etapa seja concluída até o final de 2015.

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