Protestos Crescem

Sem-teto preparam atos contra aluguéis na cidade de São Paulo na quarta-feira

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto quer incluir debate sobre valores dos aluguéis nos protestos motivados pelo aumento da tarifa de transporte público

Maurício Morais. Arquivo RBA

Na visão dos movimentos, o reajuste sobre os aluguéis supera em muito o índice de inflação

São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o Movimento Periferia Ativa vão realizar uma série de protestos em diversos pontos da capital paulista, na manhã da próxima quarta-feira (17), solidarizando-se às manifestações contra o aumento tarifa do transporte público e reivindicando uma legislação que regulamente o reajuste dos aluguéis. Segundo o coordenador nacional do MTST Guilherme Boulos, “é importante ampliar a luta dos estudantes para as periferias da cidade e mostrar que eles não estão sozinhos”.

Boulos disse que o crescimento das mobilizações nos últimos dias e as iniciativas de criminalização por parte dos governos municipal e estadual fez com que os trabalhadores se envolvessem ativamente nos atos, tanto na defesa da luta pela redução das tarifas de transporte quanto em relação a outras demandas urgentes dos trabalhadores da periferia, como o o preço dos aluguéis. As ações serão realizadas nas regiões sul, oeste e central da capital.

Sobre a reivindicação de regulamentação dos aluguéis, Boulos afirma que atualmente cada proprietário tem liberdade de reajustar como quiser. “No governo de Getúlio Vargas tivemos a Lei do Inquilinato que controlava, e até mesmo congelava, o reajuste do valor do aluguel. Hoje, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), utilizado para calcular o valor do reajuste, é ignorado, sendo que em São Paulo e no Rio de Janeiro os preços chegam a subir quatro vezes mais”, explica.

De acordo com o Índice de Custo de Vida, elaborado pelo Dieese, para a capital paulista, desde o início do ano, os custos de habitação com locação e condomínio subiram 2,28%. Nos últimos 12 meses, a variação geral é de 2,86%. Bem abaixo dos valores descritos por Boulos. Por isso, o militante quer que sejam elaborados critérios claros para o reajuste, que respeitem a realidade econômica da população.