Sem prazo

Programa de metas e bônus para policiais de São Paulo ainda não tem definições

Programa foi anunciado pelo governador Geraldo Alckmin há 20 dias. Consultoria ainda faz levantamento, afirmou o secretário de Segurança Pública

Danilo Ramos/RBA

O secretário reiterou que a ordem é reprimir manifestações quando se interprete que houve depredação

São Paulo – O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, afirmou hoje (10) que ainda não existem definições sobre o programa de metas e bônus para policiais que conseguirem diminuir a criminalidade em suas áreas de atuação. O programa foi anunciado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) há 20 dias com grande alarde. “Não tem decisão ainda porque a consultoria está fazendo os levantamentos. Ela vai dar os elementos para permitir a decisão do governador sobre metas, sobre valores e bônus que vão estruturar essa sistemática”, disse.

O programa foi apresentado pelo próprio Alckmin em um telejornal da Rede Globo, dias antes da divulgação de estatísticas de criminalidade que apontaram piora em 12 dos 20 itens pesquisados pela secretaria no acumulado do ano. Estupros, latrocínios, furtos, roubos de veículos e outros objetos tiveram alta, por exemplo, assim como o número de tentativas de homicídios e de vítimas em homicídios dolosos.

Um programa semelhante ao prometido pelo governador em maio já havia sido anunciado pelo então comandante-geral da Polícia Militar, Roberval Ferreira França, em agosto de 2012. Grella, que assumiu a secretaria em novembro, já disse que desconhecia o programa.

O secretário também afirmou que o diagnóstico sobre a onda de homicídios que acometeu a estado nos três últimos meses do ano passado, especialmente em dezembro, é que houve aumento da atuação contra grupos organizados. “A repressão se colocou em um determinado momento e gerou aquele pico de violência, o que não é novidade porque já aconteceu em outros países do mundo que vivem realidade”, afirmou. Para defensores de direitos humanos, os homicídios estão relacionados a atuação de grupos de extermínio, o que teria provocado uma guerra entre bandidos e policiais. O esclarecimento da situação foi apontado como fundamental para se traçar estratégias eficientes de segurança pública pela ONG Sou da Paz, que agora é responsável pela elaboração do programa de metas e bônus.

Manifestações

Grella afirmou que a polícia tem a recomendação de “acompanhar para evitar ao máximo atos de vandalismo e desordem” as manifestações contra o aumento das tarifas do transporte público na cidade. Na semana passada, um ato pelas ruas do centro acabou em depredação de lojas e estações do metrô. Coordenadores do Movimento Passe Livre afirmam que a situação saiu do controle depois que a Polícia Militar jogou bombas de gás lacrimogêneo contra a passeata. Na última sexta-feira, o gás foi usado sem que houvesse qualquer sinal de confronto, apenas para direcionar o percurso da marcha, que reuniu 5 mil pessoas. “A polícia tem que ter paciência e firmeza para intervir no momento que as coisas deixem de ser uma manifestação e se transmute para atos de agressão, vandalismo, destruição. Isso a polícia não pode aceitar porque significa um prejuízo social enorme”,disse.

Amanhã, outro ato pedindo a redução das tarifas de ônibus, metrô e trem está programada para ocorrer a partir das 17h, com concentração na Praça do Ciclistas, na Avenida Paulista.

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