São Paulo –  O vereador Nabil Bonduki (PT) afirma que o Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade de São Paulo não é difícil de ser colocado em prática, mas enfrenta dificuldades de reconhecimento entre as administrações públicas. Para ele, é preciso que as gestões o reconheçam como um instrumento importante. A declaração foi feita em evento promovido pela Rede Nossa São Paulo, na sexta-feira (7), na capital.

O debate denominado “O combate à desigualdade e o novo Plano Diretor de São Paulo” foi realizado com objetivo de discutir a necessidade de se colocar a redução das desigualdades existentes na cidade no centro dos debates e das diretrizes do futuro PDE.

“Muitas vezes o plano é ignorado. Não é difícil de ser colocado em prática. Algumas coisas foram colocadas, mas outras ficaram no meio do caminho porque não houve a devida prioridade nas áreas já definidas como prioritárias para investimentos”, disse à Rádio Brasil Atual.

Pesquisa da Rede Nossa São Paulo com o Ibope mostrou que os dez melhores distritos no quesito mercado de trabalho na cidade concentram 37% dos empregos, enquanto que os dez mais pobres oferecem 1,1 % das vagas. Atualmente, o PDE, elaborado em 2002, passa por uma revisão.

Para o coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinize, a Câmara Municipal deve exercer poder fiscalizador sobre as metas a serem cumpridas. “O próprio PDE precisa fazer uma exigência legal e a Câmara precisa fiscalizar. Temos observado que com a política de governabilidade, de maioria, a Câmara perdeu sua capacidade de fiscalização. É obrigação da Câmara Municipal fiscalizar e exigir a observância das leis.”

O secretário de Governo municipal compareceu ao evento representando o prefeito Fernando Haddad (PT) e explicou que tanto o Plano Diretor como outras ferramentas devem ser usados pela atual gestão para diminuir as desigualdades na cidade. “O Plano Diretor é dos instrumentos para organizar o crescimento da nossa cidade, quais os vetores do crescimento e acreditamos que temos de trabalhar a diminuição das desigualdades.”

Ouça aqui a reportagem de Cláudia Manzzano.