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Em debate, prefeitos defendem participação popular e cidades menores

Para Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo e um dos participantes de fórum internacional de cidades que ocorre em Canoas (RS), administrações precisam 'radicalizar a democracia'

Secom/Canoas

Patrick Braouezec comparou megalópole a câncer, durante a primeira conferência do 3º Falp

Canoas – Na conferência inaugural do 3º Fórum Mundial de Autoridades Locais de Periferia (Falp), na noite de ontem (11), a tônica foi a ampliação da participação popular. A temática da mesa foi “Direitos e democracia nas periferias metropolitanas do mundo atual”. Para o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), a resposta é bem prática. “É preciso radicalizar a democracia”, exclamou.

Segundo Marinho, ações como Orçamento Participativo e metas de gestão discutidas com a população, implementadas a partir de 2009, no início de seu governo, facilitaram a articulação com o povo e a aproximação da gestão com as demandas municipais.

Para o petista, existe certo preconceito com os ideias de ampliação dos espaços de participação popular nos governos. “No começo se duvidava muito da condição da população participar. Diziam que não saberiam diferenciar questões imediatas de planos de longo prazo, que o imediatismo prevaleceria. Mas o resultado foi fantástico. E fundou o que eu considero a criação de uma identidade são-bernardense, de apropriação da cidade”, afirmou. Para ele, uma grande preocupação é conter o crescimento desordenado da cidade.

Câncer

Para o presidente da entidade francesa Plaine Commune, Patrick Braouezec, um dos piores problemas das regiões metropolitanas é a formação de uma magalópole, que agrega regiões metropolitanas que cresceram demais e fundiram-se. “O desenvolvimento de uma megalópole é como um câncer nas regiões metropolitanas, que cresce e consome a vida das pessoas.”

Para ele, o mundo está resumido a pequenos pontos de centralidade, forçando populações a grandes deslocamentos em busca de trabalho. Segundo Braouezec isso causa um inchaço de algumas regiões, provocando toda sorte de problemas, como violência e questões de saúde pública. Braouezec explicou que uma das consequências é a alta demanda por moradia. E ressaltou que vivemos um momento em que se deve avaliar a real necessidade de permitir que uma cidade cresça.

“É um momento diferente dos anos 1950, quando houve grande desenvolvimento industrial, mas não havia preocupação com onde íamos chegar. Agora precisamos prestar atenção em tudo que a cidade vai demandar e os recursos no entorno dela, porque a escassez será cada vez maior”, avalia.

Para a prefeita de Vila Franca de Xira, em Portugal, Maria da Luz, não há uma grande diferença dos motivos antigos e atuais que fazem as pessoas migrarem. “Antes se buscava o rio ou o mar. Depois se buscou as áreas industriais. Mas o motivo é um só: a busca por uma vida melhor”, afirmou. Maria pondera que, a questão atual é como prover uma vida melhor, garantindo os direitos básicos, sem gerar cidades inviáveis.

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