José Américo

Presidente da Câmara e secretário cobram explicação de Alckmin sobre demora da PM

Vereador acredita que setores da PM escolheram 'não atuar'. Prefeito Haddad diz confiar nas declarações do secretário estadual de Segurança, Fernando Grella, e evita críticas

Danilo Ramos. RBA

A PM só chegou ao centro depois que prefeitura e lojas haviam sido depredadas

São Paulo – O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador José Américo (PT), cobrou uma resposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre a demora da Polícia Militar em agir para coibir os saques e depredações que atingiram o centro da cidade na noite de ontem, durante os protestos contra o aumento das tarifas de ônibus, trens e metrô. “O governador precisa explicar. O que aconteceu foi muito grave. A PM demorou 3 horas para responder”, afirmou durante entrevista na sede da prefeitura.

Para ele, há um problema de comando grave. “A PM só agiu até aqui em 8 ou 80, e cito aqui uma figura insuspeita, que é o (comentarista político) Merval Pereira. Ou a polícia reprime duramente as manifestações, ou cruza os braços”, afirmou Américo. “Não acredito que o comando da PM tenha agido assim, mas setores da polícia escolheram não atuar ontem.”

Em entrevista coletiva concedida na manhã de hoje, o prefeito Fernando Haddad evitou críticas. “Depois de quinta, a PM tem tido parcimônia para evitar que inocentes paguem pelos atos de pessoas despreparadas para a vida democrática. A polícia só vai agir em último caso para garantir a integridade física das pessoas”, disse o prefeito, sublinhando estar seguindo as informações repassadas a ele em conversas com o governador Alckmin, o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, e o comando da PM.

Haddad chamou de “atrocidades” os atos de vandalismo que atingiram o centro, incluindo dois prédios públicos tombados pelo patrimônio histórico, que são a prefeitura e o Teatro Municipal. “O prédio da prefeitura é do povo, como também é o Palácio dos Bandeirantes”, frisou.

Já o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, acusou a Polícia Militar pela demora: “Você chamar a PM para resolver questão de depredação e ela chegar só duas horas depois não me parece razoável. E a população com medo, inclusive. Saquear lojas e queimar a guarita da própria PM e simplesmente não acontecer nada não me parece aceitável. Acho que precisa de melhor organizaçao e planejamento operacional da PM.”

Na manhã de hoje, o secretário Fernando Grella negou a demora na atuação da PM. “Tivemos uma reunião na segunda-feira para assegurar uma manifestação pacifica, como de fato aconteceu. Ontem o que nós assistimos foram grupos isolados que procuraram agir. A polícia agiu no momento certo, ela esteve presente e nós queríamos lembrar a todos que a polícia tem o dever de garantir a manifestação, mas também de preservar a ordem e a integridade das pessoas e isto foi feito ontem”, disse.

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