MAto grosso do sul

Líderes indígenas se reúnem com ministros e querem falar com Dilma

Segundo eles, ao longo de seu mandato a presidenta não deu atenção devida às pautas dos povos tradicionais

Antônio Cruz. Agência Brasil

Indígenas munduruku estiveram esta semana em Brasília, mas a queixa de que o diálogo com o governo não avança é geral

São Paulo – Uma comissão formada por 20 lideranças terena do Mato Grosso do Sul se reúne hoje (6) em Brasília com os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, da Secretaria -Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e da Justiça, José Eduardo Cardozo. O líder indígena Lindomar Terena, em entrevista à Rádio Brasil Atual, afirmou que eles querem a presença da presidenta Dilma Rousseff no encontro.

“Entendemos que é a Dilma que deve assumir essa responsabilidade para si e vamos levar para ela que todas essas violações de direitos humanos no Mato Grosso do Sul e no resto do Brasil têm se dado pela omissão do estado brasileiro”, disse.

Apesar de terem sido recebidas algumas vezes pelo ministro Gilberto Carvalho, as lideranças criticam a maneira como o governo federal vem lidando com a situação dos conflitos no estado.

“Já sentamos em várias oportunidades com o ministro, mas não tivemos êxito nenhum. Acredito que a presidenta pode estar presente, mas sabemos o histórico de seu mandato. Desde que ela assumiu não houve um dia sequer em que passou recebendo o movimento indígena. Em compensação, no último mês, se sentou cinco vezes com Kátia Abreu”.

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) é presidenta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que pediu ontem (5), em nota, a elaboração de uma nova política indigenista.

Segundo a CNA, os conflitos entre ruralistas e indígenas prejudicam o setor “mais produtivo da economia brasileira”. Caso a situação não seja revertida, diz a nota, poderão ocorrer “novos e dramáticos confrontos de consequências imprevisíveis”. Entre outros pontos, a confederação pede a indenização não apenas das benfeitorias, mas das terras legalmente tituladas “tomadas” dos produtores rurais.

Lindomar Terena afirmou que os indígenas entendem que o avanço dos conflitos no Mato Grosso do Sul, nos últimos meses, ocorre porque o governo “assumiu uma lado”, que seria o da agroindústria.

Ouça aqui a reportagem de Marilu Cabañas.

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