Solidariedade Mundial

Apoio a movimento contra tarifa de transporte público brasileiro cresce mundo afora

Hoje estão previstas manifestações em Chicago e Los Angeles. Amanhã, os protestos continuam fora do Brasil

Montrealwithbrazil/flickr

Mau tempo não impediu o protesto, que reuniu aproximadamente 200 pessoas em frente à embaixada brasileira em Montreal, no Canadá

Montreal – O movimento contra o aumento da tarifa de transporte público e a violência policial no Brasil ganhou apoio internacional. Para hoje (17) há manifestações previstas em Chicago e Los Angeles (EUA), e amanhã, em várias cidades de Portugal, da Espanha, Itália, Inglaterra, Alemanha, Holanda, Argentina, Austrália, Bélgica, do Canadá e México. Neste domingo (16) foram realizados vários protestos mundo afora, como em Berlim (Alemanha), Dublin (Irlanda), Cambridge, Nova York, Boston e San Diego (EUA) e Montreal (Canadá).

Em Montreal, apesar do mau tempo, cerca de 200 pessoas protestaram em frente à embaixada brasileira. Os manifestantes se reuniram às 13h na Praça Canadá, no centro da cidade, e de lá caminharam cerca de dois quilômetros, sob chuva e frio, até a embaixada. A passeata, intitulada Democracia Não Tem Fronteiras, foi organizada nas redes sociais.

Segundo a estudante Marcela Sanches, de 29 anos, uma das organizadoras do protesto canadense, o ato é uma manifestação de apoio de pessoas que também querem lutar pela liberdade de expressão, embora estejam longe do Brasil. “Nós não achamos certa a forma que os protestos no Brasil foram recebidos, por isso tivemos a ideia de, apesar de estarmos longe, nos reunir para apoiar e mostrar que a gente também quer lutar, buscar a democracia e a liberdade de expressão. Se a gente não puder se expressar, vai ter de parar de lutar por tudo. Então, estamos aqui para mostrar que a democracia não tem fronteira”, afirma a estudante.

A antropóloga Dalila Carvalho, de 33 anos, carregava um cartaz com a rima: “Não é a Turquia; é o Brasil que sai da apatia. Não é a Grécia; é o Brasil que sai da inércia. Não é o Egito, é o Brasil que se agita”. “As pessoas estão indo às ruas não por 20 centavos, mas por direitos. A cidade de São Paulo é cheia de problemas e precisa de justiça social. As manifestações começaram em razão do aumento da passagem, sim, mas hoje alcançaram uma dimensão muito maior. Ninguém aguenta mais os problemas da cidade de São Paulo. Eu sempre protestei lá e, se hoje eu estou aqui, faço o que eu posso daqui,” disse a paulistana que mora há três meses em Montreal.

Ao chegar em frente ao prédio do Consulado Brasileiro, os manifestantes cantaram o Hino Nacional por duas vezes. Emocionada, Marcela Sanches disse que tinha conhecidos que apanharam na passeata de quinta-feira (13), em São Paulo. “Eu saí do Brasil por causa da violência. Até meus 10 anos de idade, fui assaltada dez vezes, dentro da minha casa, com arma na cabeça. Então tem uma hora que cansa. E se você vai para a rua e tenta fazer alguma coisa, é reprimido. Sim, talvez aqui seja um pouco mais fácil protestar, com a polícia nos apoiando em vez de bater. Mas não estamos ficando só no Facebook reclamando. Não importa onde você esteja: você pode sair e fazer alguma coisa.”

Além do apoio de protestos fora do país, estão previstos 25 protestos em cidades do Brasil, além do de São Paulo, na tarde de hoje. Dentre elas, as capitais Porto Alegre e Belém (hoje), João Pessoa, Manaus, Natal e Recife, na quinta (20), e Curitiba, na sexta (21).

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