Policiamento

Secretário de Segurança de SP garante que Parada Gay será mais segura que a Virada

Fernando Grella Vieira garantiu que a polícia está preparada para o evento, marcado para o próximo domingo na capital

Marcelo Camargo/Abr

Secretário lançou hoje na capital a campanha publicitária para evitar a violência cotidiana, chamada “Conte até 10!”

São Paulo – O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, afirmou hoje (27) que a 17ª Parada do Orgulho Gay, marcada para o próximo domingo (2) na capital paulista, será mais segura que a Virada Cultural, realizada entre os últimos dias 18 e 19, quando 33 pessoas foram presas e quatro baleadas, incluindo um padeiro que morreu. A declaração foi feita durante o lançamento de uma campanha publicitária para evitar a violência cotidiana, chamada “Conte até 10!”, no centro de São Paulo.

“Nós temos vários eventos, como a passagem de ano na Avenida Paulista, que é muito bem controlada. Esse da próxima semana (a Parada Gay) também vai ser. A polícia estará preparada”, afirmou Grella. Ele reiterou que, caso ocorra greve do Metrô nesta semana, ainda não confirmada, a polícia terá uma “operação tática” que será “colocada em prática caso seja necessário”.

“A Virada deste ano teve características diferentes da do ano anterior. Tivemos uma concentração maior em uma pequena área central, coisa que não aconteceu nos anos anteriores, quando houve eventos em outras regiões da capital”, avaliou o secretário. “Nós concentramos quase 4 milhões de pessoas num circulo restrito, coisa que nos anos anteriores não aconteceu, porque houve mais de uma centena de eventos em várias regiões.”

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou no último dia 20 que o planejamento da segurança da Virada Cultural foi feito em conjunto com a Polícia Militar, o que afastaria as críticas de que a maior concentração de atrações no centro velho da cidade teria provocado o aumento da violência em relação aos anos anteriores.

“Quem fez o planejamento da segurança foi a Polícia Militar. E, em nenhum momento, a maior concentração de atrações no centro foi colocado como um obstáculo. Agora, é natural, que depois da Virada, se façam ponderações como essa. Nós vamos nos debruçar sobre elas. Mas em nenhum momento a Polícia Militar colocou essa objeção. Inclusive, porque foi tudo feito em comum acordo”, disse o prefeito à época.

Parceria

O secretário afirmou ainda que a Polícia Militar entregou para a prefeitura um levantamento das ruas mais escuras da capital. “A polícia tem no seu dia a dia, pela sua atividade, como mapear e identificar os locais escuros. Nós nos dispusemos a oferecer isso pela prefeitura e fornecemos os dados no início de fevereiro. É uma demonstração que estamos trabalhando em parceira.”

“Segurança pública é dever do Estado, mas responsabilidade de todos. Há uma série de políticas públicas com influencia imediata na segurança que está na esfera dos municípios. E esse aspecto é muito claro: o crime tem como um dos fatores o local. Se ele é escuro favorece a violência”, disse o secretário. “Há outros tipos de colaboração importante, como com praças abandonadas, que também podem ser mapeadas pela polícia e fornecidas para a prefeitura de São Paulo e de outros municípios.”

No balanço da Virada, o secretário municipal de Serviços, Simão Pedro, admitiu que existem problemas de iluminação em toda a cidade. Segundo ele, 30% dos pontos de iluminação da capital estão abaixo do índice mínimo de luminosidade. E que quase mil ruas estão sem iluminação, “graças a falhas de serviços contratados na administração anterior”.

Segundo Simão Pedro, será lançado no segundo semestre um plano para atender a todas essas falhas, que priorizará pontos com mais incidência de homicídios e áreas de maior concentração de pessoas, como hospitais, escolas e terminais de ônibus. O centro também deve receber atenção especial.

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