Em documento de 1973, embaixador dos EUA comenta assassinato de Stuart Angel

Brasília – Disponibilizado pelo Wikileaks, documento da embaixada dos EUA em Brasília endereçado aos escritórios de Assuntos Interamericanos do Departamento de Estado dos EUA, em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, […]

Brasília – Disponibilizado pelo Wikileaks, documento da embaixada dos EUA em Brasília endereçado aos escritórios de Assuntos Interamericanos do Departamento de Estado dos EUA, em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, no dia 14 de março de 1973, fala sobre o assassinato do militante Stuart Edgart Angel Jones, que teria sido absolvido em sessão secreta da Suprema Corte Militar dois anos após sua morte.

Assinado pelo então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, William Manning Rountree, o telegrama narra “o capítulo final do trágico caso” de Stuart Angel. “Na última semana, em uma sessão secreta, a Suprema Corte Militar reafirmou a decisão do Tribunal da Aeronáutica em absolver Jones de sua alegada contravenção ao Ato de Segurança Nacional. Como o departamento está consciente, Jones foi detido no Aeroporto Galeão (Rio) em 1971 e subsequentemente assassinado por agentes da Aeronáutica”.

Na virada das décadas de 60/70, passou a militar no MR-8, grupo de ideologia socialista que fazia a luta armada contra o regime militar, onde usava os codinomes ‘Paulo’ e ‘Henrique’. Em 14 de junho de 1971, Stuart Jones foi preso, torturado e morto por membros do CISA (Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica). Foi casado com a também militante e guerrilheira Sônia Morais Jones, presa, torturada e morta dois anos depois e também dada como desaparecida.

Então com 25 anos, Stuart era filho do americano Norman Jones e de Zuleika Angel Jones, mais conhecida como Zuzu Angel, figurinista e estilista conhecida internacionalmente. Ele foi estudante de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e possuía dupla nacionalidade, brasileira e americana.

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