Comissão extraordinária de direitos humanos faz sessão hoje em São Paulo

Fórum surge como alternativa à CDH da Câmara dos Deputados; serão debatidos temas como aborto e união homoafetiva

São Paulo – A primeira sessão comissão extraordinária de direitos humanos e Minorias será realizada hoje (25), às 18h30, na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo. O fórum nasce como resposta à composição atual da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP).

A proposta é reunir os paulistanos para discutir sobre temas como união civil homoafetiva, aborto e a própria polêmica sobre a presidência da CDH. Os organizadores se propõem a construir uma comissão “de verdade”. 

Além do movimento Existe Amor em SP, os organizadores do encontro são a ONG de Direitos Humanos Conectas, a Frente de Luta pelos Direitos Humanos e o grupo Pedra no Sapato. A exemplo de uma sessão da CDH da Câmara, haverá uma mesa que conduzirá as discussões. Estão confirmadas as presenças do cartunista Laerte Coutinho, o deputado federal Jean Wyllys (Psol), Milton Barbosa, do Movimento Negro Unificado (MNU), Telma Marques, do Conselho Indígena de Roraima, e Marcelo Gil, da ONG ABCD’s.

“Outros parlamentares como Erika Kokay (PT-DF),  Nilmário Miranda (PT-MG) e Domingos Dutra (PT-MA) sinalizaram que gostariam de participar, mas não iriam conseguir comparecer hoje. Porém, deixaram claro que estariam disponíveis para outras reuniões”, disse o representante do Existe Amor em SP Bruno Torturra.

Os vereadores paulistanos Nabil Bonduki (PT) e Paulo Batista dos Reis (PT), além de integrantes das secretarias municipais de Direitos Humanos e de Cultura também estão convidados para compor a mesa.

Torturra explica que é esperado que outras sessões da comissão extraordinária ocorram, mas ainda não há previsão para novas datas. “Vamos ver como acontece e quantas pessoas comparecem hoje, para podermos nos programas melhor para as seguintes. Não sabemos se será semanal, quinzenal e mensal.”

A ideia surgiu entre os movimentos e entidades envolvidos, que não se sentem representados por Marco Feliciano, segundo Torturra. A escolha da Praça Roosevelt foi representativa nesse sentido. “A praça representa muito um território que virou disputa em São Paulo, entre uma visão mais conservadora e outra mais libertária. Queremos manter um território que consideramos como nosso, até pelo próprio ponto da praça.”

 A Praça Roosevelt é frequentada tradicionalmente por artistas de teatro, de rua e skatistas. Em outubro do ano passado, o festival Existe Amor em SP, organizado pelo coletivo Fora do Eixo, entre outros, reuniu cerca de 8 mil pessoas. O evento chamava atenção para o “espírito de solidariedade e resistência que transcende partidos políticos e regiões da cidade”.