Integrante do MST é encontrada morta em Campos, Rio de Janeiro

É o segundo assassinato em menos de duas semanas no município; a suspeita é que mortes estejam ligadas ao conflito agrário

São Paulo – Mais um integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra foi morto no município de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. A lavradora Regina dos Santos Pinho foi encontrada morta por asfixia ontem (6) em sua casa, no assentamento Zumbi dos Palmares. Ela é a segunda militante do MST morta em 11 dias.

No dia 26 de janeiro Cícero Guedes dos Santos, que era liderança do movimento, foi encontrado morto com vários tiros pelo corpo na Estrada da Flora. Ele atuava na resistência ao projeto de novas construções na BR-101, que prevê a remoção dos pequenos produtores. Há 14 anos o local sofre um processo de desapropriação movido pela Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Na última sexta-feira (1) a polícia prendeu o funcionário público José Renato Gomes de Abreu, de 45 anos, acusado pelo crime. Em nota, o MST do Rio informou que Abreu representava interesses criminosos e teria ligações com o tráfico de drogas local, e não possui nenhum vínculo com o Movimento.

Regina atuava no MST há dez anos e também na Comissão Patoral da Terra (CPT). De acordo com a a Polícia Civil, ela foi encontrada nua com um pano amarrado no pescoço. As investigações do crime levam em conta as hipóteses de crime sexual e motivação por conflito agrário.

De acordo com pesquisa feita pela CPT em 2011, apenas 8% dos dos casos de assassinatos ocorridos desde 1985 em conflitos agrários foram julgados, pelo menos em primeira instância, até abril daquele ano.

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