Ministra planeja campanha contra racismo no futebol

Rio de Janeiro – Um dia após a polêmica envolvendo um suposto ato de racismo contra o atacante Neymar, do Santos, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da […]

Rio de Janeiro – Um dia após a polêmica envolvendo um suposto ato de racismo contra o atacante Neymar, do Santos, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, afirmou hoje (31) que pretende lançar uma campanha nos estádios brasileiros contra a discriminação racial.

Segundo ela, “já passou da hora” de uma mobilização contra o racismo no futebol do Brasil, citando o país como sede dos principais eventos esportivos nos próximos anos: a Copa das Confederações de 2013, a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

“Em todos os casos de racismo contra jogadores negros o uso da palavra ‘macaco’ tem sido mais do que recorrente numa tentativa de desumanização do atleta negro”, afirmou ela à Reuters.

A campanha, que está em fase de idealização, mas que poderia começar antes da Copa das Confederações, em junho, será feita em conjunto com o Ministério do Esporte, liderado pelo ministro Aldo Rebelo.

“Temos alertado para a necessidade de efetivamente se fazer um campanha no Brasil em preparação para a Copa contra o racismo no futebol. Já passou da hora de fazer isso e não podemos deixar que essas manifestações sejam potencializadas”, declarou a ministra.

A ideia, de acordo com Luiza Bairros, é fazer uma campanha socioeducativa no país contra o racismo, mas ela não descarta, no futuro, o Brasil começar a pensar em punições aos infratores a exemplo do que já vêm fazendo alguns países da Europa.

“Queremos mostrar que o esporte é um exemplo de que a diversidade só ajuda a excelência… não dá para ter racismo onde você depende de todo mundo, ainda mais num esporte onde o negro é uma excelência… acho que tem que ser uma campanha de conscientização, mas, no limite, partir para a punição mesmo, como se tem pensado na Europa.”

Para a ministra, os próprios jogadores brasileiros negros “já estão perdendo” o medo de denunciar casos de racismo nos estádios de futebol.

Na quarta-feira (30), durante jogo do Campeonato Paulista entre Santos e Ituano, o atacante Neymar reclamou com o árbitro que o técnico do Ituano, Roberto Fonseca, o teria chamado de “macaco”. O treinador negou, e depois o jogador do Santos disse que pode ter entendido errado.

Luiza Bairros disse que pretende contatar Neymar para entender o caso e considera chamá-lo para colaborar com a campanha antirracismo no Brasil. “Li a notícia ainda ontem e nem o próprio Neymar estava seguro de que o fato realmente ocorreu. Podemos conversar com ele e ver como ajudar”, disse a ministra.

 

 

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