Grupos pedem na Câmara democratização das verbas de publicidade oficial

São Paulo – Grupos que lutam pela democratização da comunicação cobraram hoje (12) em audiência pública na Câmara dos Deputados uma distribuição mais justa das verbas de publicidade oficial. O […]

São Paulo – Grupos que lutam pela democratização da comunicação cobraram hoje (12) em audiência pública na Câmara dos Deputados uma distribuição mais justa das verbas de publicidade oficial. O diretor-executivo da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom), Renato Rovai, considera que o Congresso deveria apreciar um projeto que garanta um novo formato para o setor. “Defendemos uma fatia da ordem de 30%, como hoje é feito nas compras federais para a agricultura familiar”, propôs.

Rovai propôs ainda durante o debate convocado pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Casa que o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) cria linhas de fomento às empresas de menor porte, que hoje sofrem com a falta de verbas publicitárias, no geral condicionadas a número de leitores. O diretor da Altercom recordou ainda que jornais da mídia tradicional contam com anúncios de órgãos públicos, mesmo estando em decadência e representando uma quantidade cada vez menor de consumidores.

O coordenador-executivo do Coletivo Intervozes, João Brant, acrescentou que a concentração dos meios de comunicação cria problemas não apenas econômicos, mas para a própria democracia, devido à ausência de pluralismo de ideias. “Outras políticas de fomento, como o fundo de financiamento do audiovisual, mostram o reconhecimento de que a diversidade cultural justifica investimento de volume significativo de recursos públicos”, argumentou. Para Brant, “a diversidade informativa não deveria ficar fora desse tipo de investimento oficial, uma parte das verbas deveriam financiar o jornalismo alternativo”.

Já o representante da mídia tradicional defendeu a manutenção do atual modelo. O diretor de Assuntos Legais da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Rodolfo Machado Moura, defendeu que o financiamento das mídias alternativas não deve ocorrer por meio de verbas publicitárias oficiais. “O objetivo da publicidade governamental é dar publicidade aos atos oficiais, então tem de ser eficiente”, sustentou. Na opinião dele, o critério de escolha dos veículos para fazer essa divulgação deve ser a audiência ou o alcance. 

Com informações da Agência Câmara

 

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