Movimentos preparam ato para sorteio de grupos da Copa das Confederações

São Paulo – Movimentos sociais que compõe o Comitê Popular da Copa de São Paulo vão realizar, no próximo sábado (1), a partir das 13h, no centro de São Paulo, […]

São Paulo – Movimentos sociais que compõe o Comitê Popular da Copa de São Paulo vão realizar, no próximo sábado (1), a partir das 13h, no centro de São Paulo, o ato “Copa Pra Quem?”, com objetivo de questionar as ações do poder público durante a organização da Copa do Mundo de 2014 e de outras atividades relacionadas ao evento. O ato ocorrerá durante o sorteio dos grupos para a Copa das Confederações do ano que vem. Para os movimentos, há violações a direitos básicos das populações atingidas por intervenções urbanas referentes às obras para a Copa.

A concentração para o ato será em frente ao prédio ocupado no número 340 da Rua Mauá, região da Luz, centro da capital, de onde o grupo partirá em marcha para o pavilhão de exposições do Anhembi, local do sorteio dos grupos da Copa das Confederações. O sorteio contará com a presença de 800 convidados, membros das delegações participantes do torneio, artistas, o ministro do esporte, Aldo Rebelo, e o secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, que conduzirá o evento. Durante a caminhada haverá intervenções político-culturais.

De acordo com a advogada e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Juliana Machado, estimativas dos comitês populares nas cidades-sede apontam que cerca de 170 mil pessoas serão afetadas de alguma forma pelas obras da Copa do Mundo. 

“A grande preocupação dos organizadores é com a realização do mundial, os patrocinadores, a Fifa. As famílias afetadas pelas obras são secundárias. Elas não recebem informações completas do processo, não está se fazendo estudos de impacto social e ambiental, nem realocando as famílias de forma adequada. Nós queremos que elas tenham seus direitos respeitados”, explica Juliana.

Além disso, há uma preocupação do Comitê com os direitos excepcionais da Fifa. Durante a realização de eventos e jogos, como as áreas de exclusão e o fechamento de vias, o que pode ser solicitado para qualquer local que ela considere necessário. “Isso é muito complicado do ponto de vista legal, pois a população e o próprio poder público não terão jurisdição na área. Cria-se um precedente que não temos como saber de que forma poderá ser usado, inclusive, depois do mundial”, alerta Juliana.

O Comitê Popular da Copa de São Paulo foi criado em 2011, com o objetivo de debater as questões relacionadas a realização da Copa do Mundo no Brasil e cobrar do poder público o respeito às populações afetadas pelas e transparência nos processos para realização do evento na capital.

 

Leia também

Últimas notícias