TVT retransmite série de entrevistas produzidas pelo Wikileaks

Episódios vão ao ar toda quarta-feira, a partir das 18h; iniciativa faz parte de parceria com a agência Pública

Série produzida por Julian Assange e transmitida pela TVT já passou por várias redes do mundo, como a Russia Today (reprodução)

São Paulo – Em parceria com a Pública, agência de jornalismo investigativo, a TVT transmite a partir de hoje (3) os 12 episódios da série “O Mundo Amanhã”, em que o fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, entrevista pensadores, ativistas e líderes políticos.

Os episódios serão veiculados sempre às 18h de quarta-feira pelos sites da Pública, da TVT (www.tvt.org.br) e outros replicadores em redes nacionais de sites, blogs e comunidades online.

As entrevistas foram feitas em parceria com a emissora estatal russa, RT, quando Assange estava em prisão domiciliar na Inglaterra. Os vídeos possuem legendas em português. Natália Vianna, uma das coordenadoras da Pública, explica que os entrevistados por Assange são pessoas que, segundo ele, têm ideias potencialmente revolucionárias. “É uma série de lideranças que não vemos frequentemente sendo entrevistadas pela mídia tradicional”.

O líder do partido libanês Hezbollah, lideranças do Movimento Occupy de Londres, de Nova York e da Espanha, o Presidente do Equador Rafael Correa e o filósofo Noam Chomsky são alguns dos entrevistados da série.

A Pública participa de projetos do Wikileaks desde o ano passado, geralmente ajudando a divulgar as informações sigilosas obtidas pelo site de Assange. Para Natália Vianna, a parceria com a TVT é interessante porque coloca o trabalhador como público-alvo.

Liberdade de expressão

Em 2010, o Wikileaks publicou detalhes sobre possíveis crimes de guerra cometidos no Iraque e no Afeganistão pelo Exército dos Estados Unidos. No ano passado, o site foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, por ser uma das contribuições mais importantes para a liberdade de expressão e a transparência no século 21.

Um mês depois da divulgação dos documentos secretos, a Justiça da Suécia expediu dois mandados de prisão contra Assange, um deles por estupro e o outro por agressão sexual, que teriam acontecido dentro de território sueco. Em maio deste ano, a corte suprema do Reino Unido anunciou a decisão a favor da extradição do australiano para a Suécia. Em junho, ele se refugiou na embaixada do Equador em Londres, da onde recebeu asilo diplomático conferido pelo presidente Rafael Correa. Apesar disso, o governo britânico afirmou que não daria salvo-conduto ao australiano para sair da embaixada. O salvo-conduto é um privilégio diplomático dado por um documento emitido por autoridades de um Estado que permite a seu portador transitar por um determinado território.

Ouça aqui a reportagem de Marilu Caribañas. 

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