São Paulo – Dados do Censo Demográfico de 2010 divulgados hoje (17) pelo IBGE mostram que a proporção de mulheres responsáveis pelas famílias subiu de 22,2% para 37,3% no espaço de uma década. Os números revelam que o principal aumento se deu nas famílias que têm a presença do cônjuge, de 19,5% em 2000 para 46,4% em 2010.

Para o IBGE, os motivos são a mudança no papel atribuído à mulher na sociedade brasileira, com mais inserção no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade. O instituto acredita que isso se refletiu também em uma queda no índice de fecundidade, que pela primeira vez ficou abaixo da chamada taxa de reposição, ou seja, que deverá resultar em uma diminuição do total de habitantes do país a longo prazo.

Em 2010, o índice de fecundidade ficou em 1,90, refletindo uma trajetória de queda constante desde a segunda metade do século passado. Em 1940 o mesmo indicador era de 6,16, recuando a 4,35 em 1980 e 2,38 em 2000. Agora, segundo o Censo, apenas na região Norte a fecundidade se encontra acima do nível de reposição, que é de 2,10. Por grupos etários, a maior redução se deu entre os jovens na faixa de 15 a 24 anos.

A taxa segue mais alta entre mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, com média de 3 filhos por pessoa, 0,43 a menos que em 2010. A taxa é de 1,14 filho entre as mulheres com ensino superior completo. Mantém-se também a tendência de que mulheres com nível mais baixo de instrução tenham filhos mais cedo, concentrando-se na faixa de 20 a 24 anos a maior taxa de natalidade. Um terço das mulheres com ensino superior completo têm filhos entre 30 e 34 anos.  

O poder aquisitivo é outro fator levado em conta pelo IBGE. As mulheres que vivem em domicílios com renda per capita de até um quarto de salário mínimo apresentam uma fecundidade de 3,90 filhos. As que se encontram no grupo com rendimento de um salário mínimo ou mais têm uma média que fica entre 0,97 e 1,3 filho.