Povos indígenas e quilombolas articulam defesa conjunta de suas terras e direitos

Objetivo é ajudar os povos a enfrentarem questões como a instalação de hidrelétricas na região (Foto: Carlos Penteado) São Paulo – O 1º Encontro Índios e Quilombolas de Oriximiná será realizado […]

Objetivo é ajudar os povos a enfrentarem questões como a instalação de hidrelétricas na região (Foto: Carlos Penteado)

São Paulo – O 1º Encontro Índios e Quilombolas de Oriximiná será realizado entre terça e quinta-feira (11 a 13), no Quilombo Abuí, com o objetivo de articular os povos do município de Oriximiná, na região da Calha Norte do Pará, para defenderem seus direitos. Para os organizadores, essa articulação pode ajudar as populações a enfrentar questões como a instalação de hidrelétricas na região.

Participarão do encontro cerca de 200 representantes dos povos indígenas Waiwai, Tunayana, Kahyana, Kaxuyana e quilombolas das 35 comunidades localizadas no município, além de representantes do Ministério Público Federal. Para chegar até o Quilombo do Abuí, os participantes utilizarão barcos, canoas e voadeiras vindos dos rios Trombetas e Erepecuru. No caso dos Zo’é uma parte do percurso será de avião e outra de barco.

Segundo a coordenadora-executiva da Comissão Pró-Índio de São Paulo, Lúcia Andrade, a ideia é que essa aliança contribua para um maior poder de participação nas decisões relativas ao desenvolvimento da Calha Norte do Pará. “Acreditamos que índios e quilombolas juntos terão maior força para defender seus territórios e tentar garantir que os planos para desenvolver a região contemplem seu ponto de vista e seus direitos. Pois hoje o que se vê é que as decisões sobre concessões florestais, exploração mineral, criação de unidades de conservação e projetos hidroelétricos estão sendo tomadas sem a participação dos povos indígenas e quilombolas”, diz Lúcia.

Carlos Penteado

De acordo com o coordenador executivo adjunto do Iepé, Décio Yokota, quilombolas e indígenas compartilham diversos problemas em Oriximiná. “Os projetos hidrelétricos previstos pelo Plano Nacional de Energia (PNE), que propõe a utilização do potencial hídrico de localidades como Cachoeira Porteira, reanimando um projeto do período do regime militar, também representam uma ameaça”, detalha Décio. O evento está sendo organizado pela Comissão Pró-Índio de São Paulo, a Cooperativa do Quilombo e o Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé).