Tráfico de pessoas: CPI da Câmara pode investigar destino de atletas

São Paulo – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do tráfico de pessoas instalada em abril na Câmara dos Deputados pode vir a acatar a sugestão dada hoje (9), em […]

São Paulo – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do tráfico de pessoas instalada em abril na Câmara dos Deputados pode vir a acatar a sugestão dada hoje (9), em audiência pública, pela jornalista paraense Dayse Cristina Costa e criar um grupo governamental para acompanhar o destino dos atletas que enviado para o exterior. 

Dayse relatou casos de dois jovens do Piauí que foram para os Emirados Árabes Unidos com a promessa de fecharem contrato com clubes de futebol, mas que acabaram abandonados no meio do processo e induzidos a se prostituírem. Ela afirmou também que 19 meninos do Pará estão em clubes goianos prestes a serem enviados para o exterior.

A jornalista pediu apoio para a sua investigação, pois, segundo ela, é difícil provar o tráfico de jovens. “A atividade existe. Aparentemente é legal porque eles confirmam que os meninos são contratados e se você não tiver uma prova concreta, não for à pessoa certa, no lugar certo e na hora certa, passará despercebido e assim esse crime está indo cada vez mais longe”, disse. 

Para Dayse, é preciso que uma comissão fiscalize a questão. “Precisamos de uma investigação sobre o destino desses meninos, tanto dos contratos no Brasil quanto fora”, defendeu. Ela disse ainda que os casos são mais recorrentes com jogadores de futebol, mas também ocorrem na ginástica olímpica e grupos de danças folclóricas.

Para o presidente da CPI, deputado paraense Arnaldo Jordy (PPS), os aliciados são enganados por supostos “olheiros”. “Muitos jovens, principalmente da região amazônica, do Nordeste e do Centro-Oeste, são capturados por essa ideia sedutora da fama, do sucesso, da riqueza fácil, do glamour que geralmente ronda a imagem desses jogadores profissionais bem sucedidos no futebol brasileiro”, disse. Jordy afirmou que existem casos concretos para provar que muitos desses jovens são aliciados para fins de tráfico de pessoas.

O Itamaraty lançou em 29 de maio cartilha “Orientações para o trabalho no exterior – modelos, jogadores de futebol e outros profissionais brasileiros”. O documento foi elaborado pelas áreas consular e cultural do Itamaraty e tem parceria da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Ford Models. A proposta é fornecer informações e alertas sobre os riscos da irregularidade migratória.

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Com informações da Agência Câmara

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