Sem-teto saem de reunião no Ministério das Cidades com lista de promessas

Em reunião com a secretária Nacional de Habitação, movimento obtém compromissos da pasta de dialogar com prefeituras para evitar despejos e incluir famílias em programas habitacionais

São Paulo — Militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) se reuniram na manhã de hoje (19) com a Secretária de Nacional de Habitação, Inês Magalhães, para discutir as pautas apresentadas no ato de ontem (18), quando manifestantes ocuparam a sede do Ministério das Cidades. Dentre os compromissos obtidos estão a intervenção da pasta nos diálogos entre o movimento e os governos municipais e estaduais, atenção sobre as remoções de moradias por conta das obras para a Copa de 2014 e aceleração nas obras do programa Minha Casa, Minha Vida.

De acordo com o coordenador nacional do MTST no Distrito Federal, Edson da Silva, a secretária demonstrou haver vontade política e ficou aberto um canal de comunicação entre o movimento e a secretaria. “Tivemos avanços nos diálogos sobre despejos e construção de moradias. A pauta era extensa e não foi possível discutir tudo de uma vez, mas vamos manter as negociações”, disse. Um tema importante, mas que não foi discutido, diz respeito à redução de exigências no edital de projetos do programa Minha Casa Minha Vida – Entidades.

O coordenador afirma que a secretaria vai tentar intervir para impedir os despejos das ocupações Dandara e Camilo Torres, em Belo Horizonte. Além disso, vai atuar para acelerar as obras de construção de moradias em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Distrito Federal (DF). Em Ceilândia, cidade-satélite da capital federal, é pedido também que seja aumentado o valor do auxílio-aluguel pago a 700 famílias do movimento, de R$ 400 para R$ 600. E que mais pessoas sejam incluídas no benefício, já que são 1.500 famílias organizadas no total.

Em relação aos moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos (SJC), interior de São Paulo, a situação é mais complicada. Removidos em janeiro por determinação judicial, em operação marcada por repressão policial, as famílias ainda aguardam por um desfecho. O problema, segundo o MTST, é que o prefeito Eduardo Cury (PSDB) se nega a dialogar, e o número de pessoas é muito superior à capacidade dos programas habitacionais, em torno de 1.500 unidades por projeto. Nesse caso o ministério realizaria vários projetos a fim de atender a demanda de cerca de 6 mil famílias. Mas para isso é necessário que o ministério primeiro estabeleça negociações com a prefeitura nesse sentido.

Apesar dos avanços nas negociações, nenhuma das pautas teve acordo oficial registrado entre Inês Magalhães e os militantes do MTST. Embora tenha sido percebida a necessidade de novas reuniões, não houve nenhum agendamento. Procurado, o Ministério das Cidades não deu retorno aos pedidos de informações.

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