Comissão da Verdade quer informações sobre ossadas encontradas em São Paulo

Grupo questiona Ministério da Justiça sobre demora e falta de respostas sobre identificação de restos mortais exumados nos cemitérios de Vila Formosa e Perus, onde estão enterrados presos políticos

São Paulo – A Comissão Nacional da Verdade (CNV) pediu ao Ministério da Justiça informações sobre o estágio atual dos trabalhos de antropologia forense dos restos mortais exumados nos cemitérios de Vila Formosa e Perus, em São Paulo, onde foram sepultadas algumas vítimas da ditadura (1964-1985).

As pesquisas, que incluem testes de DNA, estão sendo realizadas pelos policiais federais do Núcleo de Pesquisa em Identificação Humana para Mortos e Desaparecidos Políticos, uma seção do Instituto Nacional de Criminalística. A comissão quer detalhes sobre o andamento dos trabalhos. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão acredita haver certa demora na apresentação de resultados.

Daí que a procuradora Eugênia Gonzaga tenha enviado à CNV um documento em que relata o silêncio do Instituto Nacional de Criminalística. É este informe que embasa a requisição da comissão ao Ministério da Justiça.

Segundo comunicado, o grupo deseja conhecer quais as conclusões da Polícia Federal sobre exames antropológicos e testes de DNA realizados nas ossadas do cemitério de Perus que estão preservadas no columbário do cemitério do Araçá, na capital. Também questionam sobre seis ossadas exumadas do cemitério de Vila Formosa entre novembro de 2010 e março de 2011. A diligência visava a localizar os restos mortais de Virgílio Gomes da Silva, o comandante Jonas, e Sérgio Corrêa.

O relatório da procuradora Eugênia Gonzaga denuncia ainda o silêncio da Polícia Federal sobre uma vala comum descoberta no Cemitério de Parelheiros, na zona sul de São Paulo, em 2010. As autoridades foram até o local em novembro daquele ano, mas até hoje não apresentaram qualquer conclusão sobre se a tumba coletiva pode ter ligação com os mortos e desaparecidos políticos durante a ditadura.

Cinco membros da Comissão Nacional da Verdade estão reunidos nesta segunda-feira (23) em São Paulo, onde conversam com uma pessoa que tem informações relevantes sobre a ditadura. A CNV se absteve de divulgar maiores detalhes para não atrapalhar o andamento das investigações. Apenas o coordenador da comissão, Gilson Dipp, e Cláudio Fonteles não participam do encontro.

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