São Paulo – A combinação de juros em queda e disputa de bancos por clientes que aceitem ofertas de crédito exige do consumidor cuidados para não cair em armadilhas e conseguir manter sob controle as finanças pessoais. Empréstimo fácil, com parcelas a perder de vista, pode levar a um círculo vicioso e transformar o consumo em dor de cabeça.

Para a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci, empréstimos e financiamentos merecem ser avaliados com cautela. “A queda dos juros e a grande oferta de crédito faz com que os consumidores peguem dinheiro emprestado sem pensar na consequência”, diz.

Maria Inês explica que o valor do empréstimo não deve comprometer mais de 30% da renda líquida. Para ela, antes de fazer um empréstimo, o consumidor deve pesquisar o custo efetivo de todas as instituições e ver qual é mais compensatório. O custo efetivo apresenta o valor total da dívida adquirida, incluindo taxas de jurus e correções.

“O consumidor deve ter em mente que não existe empréstimo ideal. Dívida é dívida”, acrescenta Maria Inês. Ela lembra que cláusulas contratuais também devem ser bem lidas, pois contêm informações detalhadas sobre o empréstimo adquirido.

De acordo com Maria Inês, os empréstimos sem comprovação de renda devem ser a última opção: quanto menores as exigências do fiador, maiores são as taxas de juros. “O crédito consignado, com desconto em folha de pagamento, costuma ter taxas menores do que as da maioria dos empréstimos do mercado e pode ser uma boa opção.” 

O maior cuidado, no entanto, deve ser com o cartão de crédito, que ainda tem juros considerados muito altos. “Apelos consumistas e superpromoções também devem ser avaliadas com cuidado. Elas nos fazem gastar mais do que podemos”, afirma.

Para alertar o consumidor para os cuidados com o crédito fácil, o Proteste montou uma cartilha que contém dicas e explicações do Código de Defesa do Consumidor. A cartilha pode ser acessada pelo site da associação.