São Paulo – A agência de jornalismo investigativo Pública denuncia maus tratos, irregularidades e condições precárias de trabalho impostas pelo clube Portuguesa Santista a adolescentes de 14 a 16 anos, todos pretendentes a seguir carreira profissional no futebol. Segunda a reportagem, 12 meninos dividiam três colchonetes de casal em uma quitinete em más condições de higiene e sem alimentação suficiente.

Trazidos de vários pontos do interior do país, eles foram inscritos pelo clube para participar do campeonato infantil da Federação Paulista de Futebol, mas aos poucos os telefonemas para os pais foram mostrando que se encontravam em má situação. “Chegou um momento que ele começou a ligar para cá: ‘Pai, a gente não está passando muito bem aqui, está faltando comida’”, contou o pai de um dos garotos. Assim como outros pais, ele afirma que enviava mensalmente uma quantia de R$ 350 para a manutenção de seu filho em Santos.

A Portuguesa Santista foi condenada a pagar multas e a transferir os adolescentes para acomodações dignas. O caso põe em xeque a forma como se formam os atletas profissionais do futebol no país, com vistas, inclusive, à Copa do Mundo.

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