Estado brasileiro será julgado pelo Tribunal Popular da Terra

Violações aos direitos humanos para viabilizar grandes obras está no centro das denúncias de autoritarismo em nome de um modelo de desenvolvimento herdado do período militar

São Paulo – De hoje (20) até domingo (22), ativistas de direitos humanos de todo o país participam do Tribunal Popular da Terra. O evento, que será realizado no Sacolão das Artes, no Capão Redondo, periferia da zona sul da capital paulista, julgará as violações aos direitos humanos cometidas contra lideranças do campo e da cidade.

O presidente do Conselho Executivo da Associação Juízes para a Democracia, José Henrique Rodrigues Torres, estará à frente dos julgamentos. O líder seringueiro Osmarino Amâncio, o professor da USP Paulo Arantes, o ex-candidato a presidente da República pelo PSOL Plínio de Arruda Sampaio e o defensor público que atuou no caso Pinheirinho, Jairo Salvador, são alguns dos nomes que estarão presentes no evento.

Givanildo Manuel, o Giva, ativista e organizador do evento, esclarece quem será julgado nesta sessão do Tribunal Popular. “Quem vai estar no banco dos réus é o Estado brasileiro. Nos últimos tempos, ele tem sido responsável por violações dos direitos humanos de quilombolas, indígenas, trabalhadores rurais, comunidades vulneráveis nas cidades e muitos outros, em nome de iniciativas como os mega-projetos que estão em andamento para viabilizar eventos esportivos, o agronegócio, a especulação imobiliária etc.”, afirmou.

O evento pretende firmar um posicionamento político que será encaminhada à organização da Rio+20 como forma de lembrar a responsabilidade da conferência de firmar propostas que deixem de privilegiar interesses de grupos econômicos.

Ouça a reportagem da Rádio Brasil Atual.

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