UNE acampa na Esplanada dos Ministérios por 10% do PIB na educação

Movimento se diz inspirado nos Indignados espanhóis. Outros movimentos de acampados pelo Brasil tem como princípio o apartidarismo e nenhuma ligação com entidades de qualquer tipo

São Paulo – Brasília entrou na lista de cidades com acampamentos de protesto nesta terça-feira (6). No caso da capital federal, a iniciativa inclui a participação da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), que montaram um acampamento na Esplanada dos Ministérios em frente ao Congresso Nacional.

A principal reivindicação é que o Plano Nacional da Educação (PNE) inclua garantias de que o equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) seja revertido para a educação. Atualmente são aplicados no setor apenas 5% da soma das riquezas produzidas no país durante um ano. O relator da PNE, Deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) , que tramita na Câmara dos Deputados, definiu o patamar em 8%. O movimento também vai defender a meia-entrada para estudantes na Copa de 2014 e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação.

Os estudantes dizem ser inspirados nos movimentos internacionais como o Ocupe Wall Street e os Indignados na Espanha. Mas eles pretendem ficar acampados até o final de semana. Daniel Iliescu, presidente da UNE, citou ainda movimentos de estudantes como o do Chile e do Egito. “Com a diferença que aqui nós não vivemos uma situação de desemprego ou perda de direitos. Nosso esforço é mobilizar os estudantes por uma agenda positiva”, diz.

Diversas cidades brasileiras, como São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro, têm movimentos inspirados no movimento 15-O. No dia 15 de outubro, pessoas de diversos países ocuparam praças públicas e parques contra às injustiças sociais. Nas iniciativas de outras capitais do país, porém, há uma opção por uma “horizontalidade” do movimento (barrar que emerjam lideranças isoladas, com decisões definidas em discussões e na busca por consenso).

Isso inclui evitar ligações com entidades formais de diferentes naturezas, incluindo partidos políticos e organizações constituídas. Alguns dos acampados relatam ter sofrido pressão policial e do Estado para encerrar as ocupações. Em Brasília, não houve registro nesse sentido. Outra diferença: a maioria dos acampamentos é promovida sem prazo de encerramento.

No último final de semana, membros do Ocupa Sampa tentaram se manifestar na inauguração da Árvore de Natal na praça Tulio Fontoura, na zona sul da capital paulista. Eles alegam terem sido impedidos pela Guarda Civil Metropolitana e pela Política Militar, que fecharam os acessos à praça. Nos Estados Unidos, manifestantes do Ocupe Wall Street foram retirados em novembro, e partiram para outros tipos de protesto, como performances na Broadway, grande avenida em Nova York que concentra casas e show e teatros.

Com informações da Agência Brasil

 

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