Observatório em SP vai estudar dados específicos da população negra

Núcleo de estudos vai identificar e elaborar estatísticas específicas sobre a população afrodescendente em comparação aos dados gerais do país

São Paulo – Será lançado hoje (21) em São Paulo o Observatório da População Negra, uma iniciativa para criar um banco de dados com estatísticas e realizações dos afrodescendentes no Brasil. 

O projeto, feito em parceria entre a Faculdade Zumbi dos Palmares e a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, tem o acompanhamento da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial. Segundo as entidades, a iniciativa “nasce da visão de que faltam estatísticas específicas sobre a população negra no que diz respeito a indicadores sociais e de áreas produtivas.

“A partir daí a gente consegue compreender com mais exatidão, com mais qualificação, o quanto há de discriminação racial ou de racismo nestes estudos, que têm um impacto relevante na produção dessa sociedade”, diz José Vicente, reitor da faculdade, que aponta que há dados gerais sobre as questões relacionadas à população afrodescendente, mas faltam detalhes e uma quantidade maior de aspectos abordados. 

“O questionamento sempre foi de que para que pudéssemos conhecer o tamanho da distorção e dessa distância social era necessário que nós fizéssemos, que nós nos apegássemos mais aos dados e que tivéssemos um ambiente em que pudéssemos analisar com mais propriedade”, explica. 

Inicialmente, um grupo de 30 pesquisadores trabalhará sobre o cruzamento de dados já existentes e a necessidade de levantar novas informações. Além dos colaboradores da Zumbi dos Palmares, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o IBGE, ambos integrantes da Secretaria de Assuntos Estratégicos, terão participação nos estudos. “O segundo ponto positivo do projeto é que o governo, como criador das políticas públicas, vai ter mais elementos para planejá-las melhor.”

O banco de dados será colocado à disposição para consulta pública na página da faculdade. A intenção é que outros pesquisadores, além de estudantes e jornalistas, possam pensar em novas abordagens das informações.