MTST ocupa dois terrenos na Grande SP

Movimento afirma que se trata de uma 'resposta ao despejo violento' da comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos

São Paulo – Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam duas áreas na Grande São Paulo como “resposta ao despejo violento” ocorrido em janeiro na comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). Em sua página na internet, o movimento chama as ocupações de “Novo Pinheirinho”. As famílias reivindicam por parte dos governos municipal e estadual construções de moradias populares neste dois locais.

Segundo o movimento, foi ocupado um terreno conhecido como Roque Valente, no Parque Pirajuçara, em Embu, e um terreno no Jardim Santa Cristina, em Santo André. A informação foi confirmada pela Polícia Militar (PM).

As ocupações foram feitas durante a madrugada e, de acordo com a PM, de forma pacífica. Na cidade de Embu, o terreno foi ocupado por volta da meia-noite e a polícia contabilizou cerca de 600 pessoas. A organização do MTST estima em 800 famílias.

A área em Santo André, conforme a PM, foi ocupada à 1h30 por cerca de 150 pessoas – para o movimento, 450 famílias participam da ocupação do terreno no Jardim Cristina.  Sobre esta ocupação, o MTST  divulgou nota dizendo que realizou, em 2010, uma ocupação no bairro Cidade São Jorge, em Santo André, que contava com 700 famílias dando origem ao acampamento ‘Nova Palestina’. “Como o terreno era da Prefeitura, ela rapidamente entrou com o pedido de reintegração de posse e a comunidade foi despejada sob a alegação de que já havia projeto para construir um galpão industrial, no mesmo local. A obra, supostamente, começaria um mês depois da desocupação. Contudo, até hoje o terreno permanece vazio e abandonado.” 

O MTST afirmou que, embora apenas 30 famílias tenham recebido o bolsa aluguel da prefeitura, iniciou-se uma importante negociação que resultou na assinatura de um protocolo de intenções para a construção de 400 habitações no Jardim Santa Cristina. “Mais uma vez, o compromisso não saiu do papel perdendo-se na trama burocrática da Caixa Econômica Federal e da CDHU. As 700 famílias que sofreram o despejo no acampamento ‘Nova Palestina’ continuam até hoje sem ter onde morar. Depois de muitas lutas na cidade, de vários esforços de negociação – fracassados – a ocupação surge como a única opção para fazer valer o acordo já estabelecido e ampliá-lo para que beneficie mais famílias no município que cada vez mais sofre com a especulação imobiliária.”

Sobre o terreno de Embu, o movimento diz em nota: “Até hoje permanece abandonado e portanto sem nenhum uso social. Dois terços da área são classificados como APP – Área de Proteção Permanente – e devem ser preservados. Um terço dela, no entanto, não é classificada no plano diretor da cidade como área de preservação. A proposta do MTST é a de conciliar as necessidades de preservação ambiental com a de criar novas habitações nesses bairros cujo déficit habitacional é reconhecidamente alarmante”.

 

 

 

 

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