PM reprime protesto contra truculência policial na Sé

No aniversário de 458 anos da cidade de São Paulo, manifestantes pediam por 'mais luz' e 'menos trevas' na capital paulista

Manifestantes cercaram o carro de Kassab; PM dispersou movimentação com gás pimenta e uso de cassetetes (Foto: ©Luiz Carlos Murauskas/Folhapress)

São Paulo – Em mais um episódio de truculência, a Polícia Militar de São Paulo utilizou gás pimenta em manifestantes durante protesto na Praça da Sé, no centro da capital, na manhã desta quarta-feira (25), que pedia o fim dos casos de repressão policial na reintegração do Pinheirinho – em São José dos Campos – e na “cracolândia”, na região da Luz, no centro de São Paulo. Segundo a Companhia de Engenharia e Tráfego (CET), cerca de 400 pessoas estavam no local. Em razão do aniversário de 458 anos da cidade, autoridades (incluindo o prefeito Gilberto Kassab – PSD), estiveram presentes em missa na Catedral da Sé, e saíram do local pelos fundos. De acordo com a CET, o protesto era pacífico até as 9h30, quando as pessoas se juntaram na Sé com faixas e cartazes.

O carro em que Kassab estava foi cercado pelos manifestantes após sua saída. No dia em que recebe o título de “pior prefeito de São Paulo” de movimentos populares, Kassab foi recepcionado com ovos atirados pelos presentes nas ruas. As pessoas ao redor foram atacadas pela PM com cassetetes e dispersadas com o gás.

Segundo o movimento Luz Livre, que organizou o protesto, uma pessoa ficou ferida no conflito. No comboio que seguia em direção à prefeitura estavam também o secretário de Cultura e pré-candidato à prefeitura, Andrea Matarazzo (PSDB) e Gabriel Chalita (PMDB), também candidato. O governador Geraldo Alckmin não compareceu. O grupo de manifestantes se dirigiu ao local.

O protesto teve como alvo a especulação imobiliária no centro de São Paulo, principalmente na região da Luz, para a qual há um plano de reestruturação com o “Projeto Nova Luz”, encorajado por Kassab, acusado por ativistas de desocupar prédios pelo interesse imobiliário na região. A ação integrada na cracolândia, batizada de Operação Sufoco, é um dos exemplos mencionados pelos militantes, que argumentam que os usuários de drogas estariam sendo retirados da região para “higienizar” o local. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público.