Brasileiros estão menos otimistas quanto a emprego, renda e saúde

Pesquisa CNT/Sensus mostra que 37,7% defendem o casamento homoafetivo, e 40% concordam com o direito de esses casais adotarem uma criança

São Paulo – Os brasileiros estão enxergando o presente de maneira menos otimista do que o faziam há seis meses. Pesquisa CNT-Sensus divulgada nesta terça-feira (16) mostra que pioraram as percepções quanto a emprego, renda e saúde.

Na comparação com dezembro de 2010, um dos pontos de referência mais elevados da série histórica, 47,5% dos brasileiros consideram que a situação do emprego melhorou – eram 63,7% no último mês do governo Lula. São 18,3% os que acreditam que o quadro está pior, 7,5 pontos a mais do que na sondagem anterior.

Quanto à expectativa para os próximos seis meses, no entanto, a situação ficou praticamente estável, com 61,4% acreditando que vai haver melhoras. Na comparação com 2004, quando os níveis de comparação não eram tão elevados, há uma melhora acentuada. 51,2% se declaram satisfeitos com o atual emprego, 15 pontos a mais que há sete anos. 65,6% acreditam que têm mais chances de ingresso no mercado com carteira assinada do que trabalhando por conta própria.

Um quadro parecido foi registrado na pergunta sobre renda mensal, na qual 30,3% declararam que a renda aumentou, contra 39,6% em dezembro. Notaram piora 18,7%, 4,6 pontos de crescimento. Na expectativa para os próximos seis meses, porém, manteve-se na casa dos 8% a leitura de que a renda possa piorar.

No campo da saúde houve oscilações mais fortes. Um em cada cinco entrevistados (20,4%) acreditam que este serviço melhorou nos últimos seis meses, 10 pontos a menos que no levantamento anterior. Acreditam que houve piora 47,1%, 10 pontos a mais. A expectativa, neste caso, também caiu. 52,8% dos entrevistados acreditam que vai haver melhora, contra 59% em dezembro. A CNT-Sensus registrou quedas também nas áreas de educação e de segurança pública, tanto na expectativa quanto na avaliação. 

Questões morais

Os 2.000 entrevistados de 136 cidades foram convidados a opinar sobre uma série de questões que vez ou outra aparecem na agenda política brasileira. Por um lado, recuou a rejeição à união civil entre pessoas do mesmo sexo – 38,6% são favoráveis, contra 32,7% em fevereiro de 2005. O nível dos que são contra foi de 60,3% para 53,8%. Para 37,7%, o Congresso deveria aprovar um projeto de lei que possibilite o casamento homoafetivo, e para 40% um casal homossexual deveria ter o direito de adotar uma criança.

Sobre violência, a leitura de 86% é de que deveria haver uma redução da maioridade penal, hoje fixada em 18 anos, contra 81,5% que opinavam desta maneira em abril de 2007. São contra a medida 12,5%, dois pontos a menos que o registrado há quatro anos. Quanto às drogas, 78,6% são contra a descriminalização de qualquer substância – 45,2% têm acompanhado debates a respeito, 37% ouviram falar e 16,6% não têm seguido nenhuma discussão.

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