Para pesquisador, reduzir a desigualdade deve incluir qualidade da educação

São Paulo – A educação será o principal fator da redução da desigualdade para a próxima década. Temos uma meta de qualidade da educação para 2021 e se isso for […]

São Paulo – A educação será o principal fator da redução da desigualdade para a próxima década. Temos uma meta de qualidade da educação para 2021 e se isso for cumprido, será a década da educação”. A constatação é do professor Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que coordenou um estudo no qual constatou que desigualdade social no Brasil atingiu em 2010 o menor patamar em pelo menos 50 anos.

“A qualidade da educação será o próximo fator para reduzir ainda mais a desigualdade e a probreza. O investimento em educação de qualidade, de educação técnica é que eu chamo de Bolsa Família 2.0, que seria um upgrade na rede de proteção social.  Esse será o fator mais importante”, destaca o pesquisador.

O estudo intitulado “Desigualdade de Renda na Década” baseou-se no indicador Gini que varia de 0 a 1, e quanto mais alto for, maior a desigualdade no país. Em 1990, O Brasil chegou a seu patamar de maior desigualdade, 0,6091, e de lá para cá viu uma queda progressiva, até chegar no índice de 0,530, em 2010.

Neri define como principais fatores para a “década da desigualdade” as políticas socioeconômicas aplicadas nos últimos anos, incluindo o investimento em educação seguido pela aplicação de programas sociais. Entrentato, o pesquisador destaca que, para índices ainda menores na desigualdade social entre os brasileiros, falta agregar o “efeito ensino técnico”, como ele mesmo denomina.

O estudo mostrou também que a renda da parcela mais pobre da população cresceu mais de 67,93%, enquanto a parcela mais rica cresceu  10,3%. “Estamos vivendo o menor nível de desigualdade em relação aos nossos níveis históricos”, destacou o pesquisador.

Perspectivas

Para Marcelo Neri, se o ritmo acelerado de queda nos índices de pobreza extrema e desigualdade social continuar como vem sendo constatado, o Brasil estará em um patamar ainda mais elevado na próxima década. “Associada à qualidade na educação, isso ajuda muito na manutenção da economia girando, no seu sentido macroeconômico e no mercado interno”, acrescentou.

 

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