Grupo de defesa de direitos humanos cobra clareza nas regras sobre uso de armas não letais

No dia 17, manifestantes contrários ao reajuste da tarifa do ônibus sofreram repressão da polícia com uso de bombas de gás lacrimogêneo e sprays de pimenta; Tortura Nunca Mais vê […]

No dia 17, manifestantes contrários ao reajuste da tarifa do ônibus sofreram repressão da polícia com uso de bombas de gás lacrimogêneo e sprays de pimenta; Tortura Nunca Mais vê falta de parâmetros (Foto: Jéssica Santos de Souza/Rede Brasil Atual)

São Paulo – A constante repressão a manifestações na cidade de São Paulo levou o Grupo Tortura Nunca Mais a enviar ofício à Ouvidoria da Polícia Militar cobrando que sejam esclarecidas as regras relativas ao uso de armas não letais. Enquadram-se nessa categoria bombas de gás lacrimogêneo e sprays para dispersão. Na visão dos ativistas, os equipamentos vêm sendo empregados sem critérios e de forma abusiva.

O episódio mais recente ocorreu no dia 17 de fevereiro, quando manifestantes que se posicionavam contra o reajuste da tarifa de ônibus na capital paulista, de R$ 2,70 para R$ 3, foram duramente reprimidos. Na ocasião, vereadores e estudantes sofreram ferimentos pelo uso de bombas de “efeito moral” e pela aplicação de sprays de gás pimenta. 

Como não há regulamentação em torno do tema, a intenção do Tortura Nunca Mais de São Paulo é saber de que maneira os policiais paulistas são orientados a proceder em atos públicos e discutir abertamente o estabelecimento de regras para esses casos. O ofício apresentado na última sexta-feira (25) à PM lamenta o excesso na atuação das forças de segurança e indica que se tem a “garantia constitucional do direito à informação, e portanto de conhecer a orientação que recebe a tropa para o uso de tais armamentos.”

“É inadmissível o emprego da força da forma que foi orientada em um Estado democrático de direito, mostrando a falta de preparo para uma atuação que respeite os cidadãos e a Constituição, deixando evidente a falta de parâmetros e o despreparo para o emprego e uso das chamadas armas não-letais”, acrescenta Marcelo Zelic, vice-presidente do grupo, em um comunicado.

Para Zelic, é preciso fazer com que as forças de segurança pública atuem dentro das normas democráticas. “Entendemos que uma reformulação da mentalidade e conduta se faz necessária para o avanço e fortalecimento da democracia e passa pelo investimento e melhora das ouvidorias, da educação em direitos humanos junto à tropa”, conclui.

Leia também

Últimas notícias