‘Tive muito medo, mas quis ficar’, diz viúva

Helba durante manifestação nesta sexta-feira (28), em Belo Horizonte (Foto: Ícaro Moreno/Divulgação) São Paulo – Helba Soares da Silva, 47 anos, fala com firmeza. Admite medos, mas não dúvidas. “Pensei […]

Helba durante manifestação nesta sexta-feira (28), em Belo Horizonte (Foto: Ícaro Moreno/Divulgação)

São Paulo – Helba Soares da Silva, 47 anos, fala com firmeza. Admite medos, mas não dúvidas. “Pensei (em sair de Unaí), tive muito medo, mas ao mesmo tempo eu quis ficar. Com o tempo, as pessoas acabam abrindo o bico”, diz a viúva do fiscal Nelson José da Silva, com quem foi casada durante quatro anos. Os dois se conheceram em Unaí – ela veio de Arcos, cidade no sudeste mineiro, perto de Divinópolis.

“Já tinham ameaçado o Nelson. A gente tinha medo. Achava que eles podiam entrar em casa e matar aqui mesmo”, conta Helba. As ameaças continuaram até mesmo depois dos assassinatos. Depois da segunda prisão de Norberto Mânica, pessoas passavam em frente à casa onde ela morava e também diante da loja de presentes que Helba mantinha, e tiravam fotos. “Até fechei essa loja.”

Ela não tem dúvida sobre quem são os responsáveis pelo crime. “Nem eu, nem a imprensa, nem a polícia. Desde o início. Só de você olhar para os advogados deles…”, diz Helba, que costuma conversar com Marinês, mulher de Tote.

A lembrança é dolorosa. “Todos os dias, sem exceção, a gente lembra.” Mas Helba não se importa. “Sinceramente, acho que esse tempo tem ajudado. Vai fazer eles pagarem caro por esse atraso no julgamento. Muita coisa mudou. O que importa é que haja um julgamento sério e justo.”

 

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