Sem teto de Salvador aguardam por ‘minha casa, minha vida’ da prefeitura

Ocupação da Guerreira Ninha espera por projeto, antes de reintegração de posse do terreno

Famílias da ocupação Guerreira Ninha podem ser retiradas na próxima semana (Foto: Divulgação)

São Paulo – Cerca de 70 famílias sem teto, da ocupação Guerreira Ninha, no bairro de Plataforma (Salvador), aguardam por uma ação definitiva que possa sair da reunião, na próxima sexta-feira (7), entre o Movimento dos Sem-Teto da Bahia (MSTB), Ministério Público (MP-BA), Secretaria de Habitação e Polícia Militar. Neste dia, se discutirá a iminente reintegração de posse que poderá ocorrer já na próxima semana.

Segundo Pedro Cardoso, um dos coordenadores do MSTB, o grupo irá cobrar projetos para habitação. “Nosso desejo é de que o governo possa comprar o terreno para que nele possam ser construídos prédios para moradia social, ou até mesmo estender para o nosso caso o Minha Casa Minha Vida”, declarou.

Na primeira quinzena de dezembro, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ) concedeu liminar favorável à empresa proprietária do terreno, a Fagip. A retirada das famílias do local havia sido planejada para o dia 17 de dezembro, mas foi adiada devido ao recesso de final de ano dos órgãos responsáveis.

Cardoso acredita que a Fagip não deve abrir para alguma possível negociação. “O Tribunal já deu para eles um parecer favorável e não acho que se darão ao trabalho de comparecer”, disse. 

Caso não haja uma proposta, segundo ele, o destino das famílias não deve positivo. “A triste realidade é que vamos ser obrigados a fazer outra ocupação e vamos rodar em círculos”.

Novas famílias

Algumas famílias que estavam na ocupação da Baixa dos Sapateiros agora também aguardam seu futuro no Guerreira Ninha. O deslocamento ocorreu após um incêndio no dia de Natal, que desabrigou 37 famílias. 

Após o acidente, alguns moradores voltaram a ficar no prédio e foram aconselhados pela Defesa Civil de Salvador (Codesal) a se retirarem. Outras famílias voltaram às ruas ou se espalharam por ocupações do MSTB, inclusive a Guerreira Ninha.

Segundo Cardoso, isso só reforça a urgência por uma proposta da Prefeitura. “As famílias não têm para onde ir e muitas pessoas ali não têm parentes que possam se apoiar. Caso não existam soluções favoráveis também para os sem teto, todos vamos perder”, pontuou.

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