Palco do crime, Unaí é a maior produtora de feijão do país

Antério Mânica, um dos acusados de ser mandante da chacina, é prefeito da cidade. Ele nega envolvimento (Foto: José Cruz/Agência Brasil Arquivo) São Paulo – A cidade de Unaí, no […]

Antério Mânica, um dos acusados de ser mandante da chacina, é prefeito da cidade. Ele nega envolvimento (Foto: José Cruz/Agência Brasil Arquivo)

São Paulo – A cidade de Unaí, no noroeste de Minas Gerais, é o principal produtor brasileiro de feijão e também se destaca em milho e soja. A região foi palco, em 28 de janeiro de 2004, de uma chacina de quatro servidores federais que trabalhavam na fiscalização das condições de trabalho na região.

Segundo maior município de Minas Gerais, em área geográfica, Unaí fica mais perto de Brasília (170 quilômetros) do que de Belo Horizonte (600 quilômetros). Tem 78 mil habitantes, 20% na área rural, e a economia baseada no agronegócio.

Na política, o tucano Antério Mânica venceu as duas últimas eleições para prefeito. Em 2004, ano do assassinato dos servidores, chegou a ser preso durante a campanha, como suspeito de ser o mandante dos assassinatos dos fiscais do trabalho – embora sempre tenha negado qualquer envolvimento. Recebeu 72% dos votos. Em 2008, teve 59%, liderando uma coligação diversificada, com PSDB, PR, PP, PHS, PV e PSB.

Com quase 25 mil votos, ficou bem à frente do ex-prefeito José Braz da Silva (PTB e mais cinco partidos: PMDB, PMN, DEM, PPS e PSC), com 14 mil, e de Valdivino Pereira Guimarães (PRB, PT, PSL e PCdoB), com 3 mil. A declaração de bens de Mânica à Justiça Eleitoral somou quase R$ 19 milhões.

No segundo turno das eleições presidenciais do ano passado, José Serra (PSDB) recebeu em Unaí 53% dos votos válidos e Dilma Rousseff (PT), 47%.

No último dia 15 de janeiro, durante a comemoração pelos 67 anos de emancipação de Unaí, o prefeito lembrou de sua chegada à cidade, 33 anos antes, vindo do Paraná com a família. Um dos pioneiros da região, ele é natural de Espumoso, no Rio Grande do Sul. “Naquela época, fomos recebidos de braços abertos. Por isso nossa dedicação ao povo de Unaí. Quem recebe flores, tem de dar flores. Quem recebe carinho, tem de devolver carinho, é isso que eu tento fazer.”