Movimentos sociais prometem pressão sobre o governo após despedida de Lula

Reunido com lideranças de diversas áreas da sociedade civil, presidente quer destacar diálogo mantido como marca de seu governo

São Paulo – Em clima de despedida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe, na tarde desta quarta-feira (15), 500 lideranças de movimentos sociais no Palácio do Planalto. O encontro marca o último encontro oficial de Lula com as entidades. A intenção da Secretaria Geral da Presidência, responsável pelo evento, é reforçar a ideia de que a relação entre governo e os ativistas foi marcada pelo diálogo para construir políticas públicas, como ocorreu nas 72 conferências setorais realizadas nos últimos oito anos.

Durante o ato, Lula deve registrar oficialmente em cartório alguns dos programas sociais criados durante sua gestão. O objetivo é emitir um sinal de que as iniciativas vão ser mantidas na gestão da presidente eleita Dilma Rousseff. A expectativa é de que Lula faça ainda um balanço de sua gestão, além de reafirmar compromissos firmados.

Para Bartíria Lima da Costa, presidente da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), o momento é histórico pelo fato de o governo ter iniciado sua gestão dando ênfase ao diálogo com os movimentos sociais e está terminando da mesma maneira. “Precisamos cada vez mais estar presentes nesses espaços”, enfatiza a ativista, que participa do evento. Para ela, a criação do Ministério das Cidades, da Lei de Resíduos Sólidos e do Fundo Nacional de Habitação são os principais avanços do governo Lula sob a ótica do movimento.

Joceli Andreoli, presidente do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), sustenta que é preciso mais do que diálogo para garantir mudanças no país. “Com a aprendizagem e a experiência que os movimentos sociais tiveram durante o governo Lula, entedemos que não podemos ficar esperando as coisas acontecerem, o próximo governo saberá da pressão que irá encontrar”, avisa. “Os movimentos sociais sabem que para concretizar transformações para o Brasil, não se fica simplesmente na conversa, temos que ir à luta”, avalia Andreoli.

Entidades como o Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Via Campesina, a CUT e a Força Sindical confirmaram a presença de representantes. Outras organizações sociais e sindicais devem participar, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Geral, que não divulgou a relação completa de convidados.

 Colaborou João Peres

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