Escola deve incentivar respeito à diversidade, avalia pesquisador

São Paulo – A escola pode e deve combater a tendência da sociedade de transformar a diversidade sexual em “coisa risível”, afirma o pesquisador e jornalista Aureliano Biancarelli. Autor do […]

São Paulo – A escola pode e deve combater a tendência da sociedade de transformar a diversidade sexual em “coisa risível”, afirma o pesquisador e jornalista Aureliano Biancarelli. Autor do livro “A Diversidade Revelada”, ele relata que a discriminação contra travestis e transexuais começa ainda na infância, dentro de casa, pela própria família, e no ambiente escolar.

Em entrevista à Rede Brasil Atual, Biancarelli assinalou que as escolas ainda não agem de forma efetiva para evitar brincadeiras com conteúdo discriminatório. “Quando são gays, transexuais ou lésbicas, a criança e o adolescente são vítimas de chacota e brincadeiras já no meio em que estudam”, descreve. “Essas brincadeiras parece que são aceitas, as escolas ainda não tomaram essa questão na medida que deveria ser tomada”, analisa o pesquisador.

 

A falta de posicionamento da direção e do corpo docente pode significar problemas futuros tanto para quem sofre a discriminação quanto para as crianças e jovens que tomam atitudes discriminatórias. “Como você está formando pessoas, são essas crianças que estão fazendo brincadeiras que podem se transformar em adultos violentos. Não necessariamente, mas isso vai colaborar”, alerta o jornalista.

“A escola precisa ter iniciativas pró-ativas no sentido de permitir acesso a essa população aos estudos e a trabalho. E ter também uma legislação que de fato cobre o comportamento respeitoso do cidadão”, pleitea Biancarelli.

Livro

No livro “A Diversidade Revelada”, o jornalista narra dificuldades, necessidades e humilhações vividas por transexuais e travestis.  Mas a publicação não deixa de descrever alegrias e superações dessa população.

De acordo com Biancarelli, “o respeito e os cuidados psicológicos e médicos a essa população dependem de um amadurecimento da sociedade. Vai do conhecimento e da atenção médica, que inclui cirurgias complexas e reordenações do serviço público, aos avanços em termos da legislação e até mesmo às interpretações do Judiciário”, sublinha.