SP: sem teto acusam GCM de agir com truculência em desocupação nesta 2ª

São Paulo – Famílias acampadas em frente à Câmara Municipal de São Paulo foram retiradas na tarde desta segunda-feira (22) pela Guarda Civil Metropolitana de São Paulo (GCM). Segundo lideranças […]

São Paulo – Famílias acampadas em frente à Câmara Municipal de São Paulo foram retiradas na tarde desta segunda-feira (22) pela Guarda Civil Metropolitana de São Paulo (GCM). Segundo lideranças da Frente de Luta por Moradia (FLM), os guardas civis agiram com truculência, apesar da chuva e da presença de crianças e mulheres grávidas na ocupação. A GCM alega que houve destruição de patrimônio público.

Cerca de 250 pessoas ocupavam a praça Emílio Miguel Abellá desde a quinta-feira (18), logo após deixarem prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na avenida Nove de Julho, no centro de São Paulo. Os acampados sofrem a segunda reintegração de posse em menos de uma semana.

Carmen da Silva Ferreira, coordenadora da Frente de Luta por Moradia (FLM) afirma que desde a sexta-feira (19) percebeu policiais infiltrados na ocupação. Ela sustenta que os sem-teto foram provocados pela GCM, que agiu com bombas de gás de efeito moral contra mulheres grávidas e crianças.

O movimento acusa o prefeito Gilberto Kassab (DEM) de solicitar a retirada das famílias. Dois acampados foram presos, entretanto, numa varredura pelas delegacias da região, a FLM não conseguiu identificar o destino das pessoas levadas pela GCM.

Em entrevista à Rede Brasil Atual, o Comandante Operacional do centro, inspetor Rubens Trapiá da GCM, alegou que a corporação agiu para preservar o patrimônio público, que estaria sendo destruído, com furto de energia da praça e a instalação de um “banheiro fora de padrão”. Ele considerou a reação dos sem teto um “ato crimonoso e covarde”, que precisou ser reprimido.

Trapiá também negou que o prefeito tivesse ordenado a ação. “A preservação da praça não precisa de ordem”, disse. Dois guardas civis estariam machucados e três viaturas quebradas pelos sem teto.

No início da noite, as famílias decidiram permanecer em frente à Câmara Municipal para forçar o poder público a dialogar sobre as reivindicações do movimento. O clima é de tensão entre os sem teto, GCM e policiais militares que chegaram por último ao local. A Câmara está cercada com grades e com policiais militares e GCMs de guarda.